Uma vez eu lhe disse que era um camaleão, que fazia no programa dominical a crônica da vida brasileira, ao tempo que, da trincheira política, produzia um jornalismo crítico e mordaz, o seu Conversa Afiada.
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Ele foi um fenômeno da natureza, uma força indomável, infensa a pressões e ameaças, inflexível nas suas convicções e certezas, na alegria e na tristeza.
Era um intelectual, um intelectual-jornalista e jornalista-intelectual, denso e inquieto, sempre pronto para o duelo, o duelo irreverente da exposição das incoerências, das sujidades do caráter humano, do desdém com o Brasil e com o seu Povo.
Era um colecionador de afetos e desafetos.
Estou certo de que todos sentirão muito sua ausência, da planície de um país empobrecido de alteridade de pensamento, de coisas, mas, sobretudo de pessoas.
Hoje, morreu Paulo Henrique Amorim , um dos últimos jornalistas de uma Era.
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Eu perdi um amigo, que era amigo dos seus amigos e inimigo dos seus inimigos, como devem ser todos os homens de valor.