O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem Ricardo Lewandowski como o favorito para suceder Flávio Dino no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Entretanto, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal afirmou que não recebeu contato de ninguém do governo Lula. Pessoas próximas a Lewandowski relatam que o jurista não demonstra entusiasmo em assumir um cargo no governo federal.
Após 17 anos no STF, Lewandowski destacou que está plenamente satisfeito com sua atuação na iniciativa privada e não tem a intenção de deixá-la.
O ex-ministro enfatizou que retornar à vida pública implicaria participar de comissões no Congresso Nacional, enfrentar a mídia com frequência, lidar diariamente com jornalistas e políticos, além de assumir a complexa responsabilidade pela segurança pública, um dos desafios mais complexos do Brasil.
Lewandowski ressaltou também que teria pouco poder no campo da Justiça, visto que o governo já indicou os nomes para o Superior Tribunal de Justiça. Seu posicionamento atual contrasta com o início do ano, quando foi cogitado para o cargo de ministro da Defesa.
No final do ano passado, o ex-ministro do STF era considerado favorito para o cargo, e haviam especulações na imprensa sobre a possibilidade de antecipar sua aposentadoria do Supremo para ingressar no governo. Contudo, Lewandowski permaneceu na Suprema Corte até abril, sem efetivar sua entrada no governo.
A possível nomeação de Lewandowski para o Ministério da Justiça e Segurança Pública dependerá da aprovação, pelo Senado, da indicação de Flávio Dino para ocupar a vaga deixada por Rosa Weber no STF.
Caso essa transição ocorra, Dino precisará deixar o Ministério, abrindo espaço para a nomeação de um novo profissional.