Na última quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou uma reunião tensa com ministros do Supremo Tribunal Federal. Em um encontro com os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, Lula foi alvo de críticas e cobranças relacionadas a diversas questões que envolvem o governo federal e a atuação da Corte.
Conforme informações divulgadas pelo jornal O Globo e confirmadas pelo Portal iG – Último Segundo, os magistrados expressaram sua insatisfação com a postura do governo em relação a temas cruciais, entre eles a defesa da democracia e a punição dos envolvidos nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro.
Os ministros afirmaram que o STF desempenhou um papel fundamental para garantir que Lula assumisse a presidência em janeiro deste ano.
Durante a reunião, os ministros também abordaram a defesa da Corte em relação às revelações da Vaza Jato, que levaram à anulação de condenações de Lula. Expressaram descontentamento com as articulações do Palácio do Planalto, caracterizando a situação como "muito ruim".
Lula ouviu atentamente as críticas dos ministros e esclareceu que não participou das negociações da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) em questão, pois acreditava que o assunto estava restrito ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal. Ele admitiu surpresa com o voto favorável de Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo, à PEC, expressando a crença de que a proposta não seria aprovada.
Apesar de não se comprometer a articular contra a PEC na Câmara dos Deputados, Lula informou que a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, está trabalhando ativamente para evitar a aprovação do texto que limita os poderes do STF.
O encontro, que começou de forma tensa, culminou em um clima ameno e tranquilo. No entanto, os ministros não esconderam o sentimento de traição que permeia a relação entre o governo e o Supremo Tribunal Federal.