O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com o ministro Rui Costa (PT-BA) e garantiu que vai mantê-lo na Casa Civil . O chefe do Executivo federal informou que não se incomoda com pressão, toma decisões apenas quando tem convicção e reafirmou que confia na capacidade no ex-governador da Bahia.
Nos últimos dias, a pressão em cima de Rui Costa cresceu por inúmeras questões. A primeira foi à falta de articulação para que a MP da reestruturação dos ministérios fossem aprovada sem dificuldade. A Câmara quase deixou a medida caducar, sendo necessária a entrada de Lula nas negociações para destravar a votação.
Após a votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apontou vários problemas que cercam o ministro da Casa Civil. Um deles é a falta de diálogo com lideranças partidárias. Outro ponto apresentado pelo deputado foi o não cumprimento de promessas feitas tanto por Rui Costa quanto por Alexandre Padilha (PT-SP), ministro das Relações Institucionais.
O ex-governador baiano ainda foi acusado de “fechar as portas” para importantes figuras do Congresso. Rui Costa também escutou uma provocação de Lira, que usou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), como exemplo de articulação.
Por sinal, o presidente da Câmara sugeriu a Lula que Haddad se tornasse ministro da Casa Civil, exonerando o atual chefe da pasta. Já a Fazenda passaria para as mãos de Gabriel Galípolo.
Rui Costa também sofre rejeição de alguns grupos do PT. Há alas do partido que não digeriram bem a possível redução do Fundo Constitucional, que é o repasse da União ao Distrito Federal para que ocorra o pagamento dos servidores de segurança pública.
Para piorar, o ministro ainda chamou Brasília de “ilha da fantasia”, ofendendo os habitantes do local e também a classe política. Após muitos conselhos, se justificou sobre a frase e se desculpou nesta quarta (7).
Mesmo com pressão, Lula o mantém
O presidente Lula soube de todos os problemas, mas segue bancando Rui Costa. Ele disse ao ministro que o admira, confia na capacidade dele e não é político de abandonar “companheiro”.
O petista prometeu segurar o chefe da Casa Civil até as últimas consequências. Porém, pediu para Rui Costa um esforço maior para lidar bem com a classe política.
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