Governo escolhe dois inimigos como alvos na CPMI

Planalto mudou de posição sobre a comissão

Ex-ministro Braga Netto
Foto: redacao@odia.com.br (Estadão Conteúdo)
Ex-ministro Braga Netto


A base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já escolheu dois inimigos para serem alvos na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito). A situação irá investigar os generais Heleno e Braga Netto , ex-ministros da gestão de Jair Bolsonaro (PL-RJ).

Na avaliação do Planalto, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres não pode ser o único responsável pelas atitudes do governo anterior. O entendimento é que Braga Netto e, principalmente, Heleno tiveram muita responsabilidade com o ato terrorista de 8 de janeiro em Brasília.

Os governistas apontam que há indícios de que Braga Netto tenha ajudado os golpistas na logística, já que ele foi ministro da Defesa e também da Casa Civil. O entendimento é que, se o general não ajudou, ele foi omisso, porque dificilmente não saberia do planejamento feito pelos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.

Já Heleno é apontado como responsável pela “contaminação” do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). O ex-ministro será investigado para saber até que ponto a pasta foi usada para o plano de tentativa de golpe.

O Planalto já sabe que terá maioria na CPMI por parte do Senado. Agora há grande articulação para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dê mais espaço para a situação. Se isso ocorrer, Heleno e Braga Netto deverão ser bombardeados.

Governo faz articulação com Lira

Lira afirmou para aliados que pretende equilibrar o colegiado para que as investigações sejam “isentas” e todos os fatos sejam esclarecidos.

No entanto, a base governista tem argumentado ao presidente da Câmara que a oposição tentará emplacar uma narrativa de que Lula e aliados foram os responsáveis pelo ato de 8 de janeiro e que isso vai desagradar a Polícia Federal e também o judiciário.

“Eles vão espalhar mentiras, como já estão fazendo. E isso vai colocar em xeque o trabalho feito pela Polícia Federal e também pelo Supremo. É mais instabilidade e os ministros da Corte vão ficar irritados. É isso que o presidente [da Câmara] precisa pesar”, declarou um deputado da base governista.

Depois que todas as imagens do circuito interno do Planalto foram liberadas, aliados de Lula no Congresso mudaram de posição e agora defendem a abertura da comissão. A ideia é não deixar com que bolsonaristas emplaquem narrativas mentirosas.


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