A briga entre André Janones (Avante-MG) e Nikolas Ferreira (PL-MG) segue repercutindo em Brasília. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão tirando sarro nos corredores do deputado federal bolsonarista. O grupo classificou a revolta do parlamentar de “mimimi”.
Nas rodas de conversas e trocas de mensagens, deputados que apoiam o governo federal se dizem surpresos com a postura de Nikolas. “Não agüentou dois minutos de provocação” e “Menino de condomínio que deve levar a bola embora quando perde o jogo” foram algumas frases usadas contra o mineiro.
Porém, o termo mais usado contra Ferreira foi o “mimimi”, expressão que se popularizou no Brasil por causa do então deputado federal Jair Bolsonaro (PL-RJ), que se tornou presidente da República em 2018 defendendo pautas conservadoras e criticando reivindicações de grupos chamados de minorias, como as comunidades negras e LGBTQIA+.
Quando um dos grupos de minoria criticava alguma fala ou comportamento de Bolsonaro ou pessoas ligadas a direita, Bolsonaro chamava de “mimimi” e tirava sarro do apontamento.
Essa prática se popularizou entre os bolsonaristas, que apelidou a esquerda de “turma da lacração”.
Só que agora o comportamento de Nikolas foi taxado de “lacração” por parte da base de Lula.
Janones recebeu elogios por expor o que a esquerda em Brasília tem chamado de “hipocrisia bolsonarista”. A avaliação é que todas às vezes que são confrontados, os apoiadores de Bolsonaro na Câmara e Senado não conseguem bater de frente.
Base de Lula prepara estratégia
A base de Lula agora quer usar o mesmo método contra os bolsonaristas que eles usam nas redes sociais. O entendimento que o comportamento de Janones funcionou na última terça (28) e desestabilizou o grupo do ex-presidente Bolsonaro.
Aliados do presidente da República compreendem que Nikolas e outros parlamentares de oposição só querem ganhar likes e popularidade na web, não levantando um debate sério. Além disso, a esquerda ficou irritada com a falta de punição ao deputado mineiro pelo comportamento transfóbico no Dia Internacional da Mulher.
Sem punição, a base de Lula entendeu como recado que no Congresso “vale tudo”. A partir de agora, a ordem é usar a mesma arma.
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