A corrida eleitoral para a prefeitura de São Paulo começou e saiu a primeira pesquisa. O pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL-SP) alcançou a liderança em todos os cenários e é visto como um dos favoritos para vencer a eleição que ocorrerá apenas no segundo semestre do ano que vem.
O psolista contará com o apoio de vários partidos de esquerda, como do PT , PCdoB, PV e Rede Sustentabilidade. Porém, há uma ala petista que não concorda com a aliança e trabalha internamente para alavancar um nome para competir com o deputado federal.
Há poucas semanas, Jilmar Tatto , secretário nacional de Comunicação da sigla, declarou que o apoio não estava fechado. No entanto, Gleisi Hoffmann , presidente da legenda, garantiu que os petistas estarão ao lado do representante do PSOL na corrida pela prefeitura paulistana.
Claro que a fala de Tatto causou mal-estar entre as lideranças dos dois partidos e há um clima de desconfiança com o grupo liderado por Jilmar. Em 2020, por exemplo, uma ala do PT em São Paulo já defendia que fosse feita uma parceria com Boulos, mas o secretário de comunicações da agremiação não permitiu.
Desta vez, muitos petistas paulistanos não acreditam que Boulos conseguirá ter força para vencer a eleição. A aposta é que o deputado consiga chegar ao segundo turno, mas perca novamente para um candidato que se coloque no Centro e com discurso mais conservador.
O argumento usado é que um nome do PT pode ter mais força para enfrentar um representante do Centro, porque a militância petista estará mais engajada e a sigla tem currículo para mostrar que é capaz de cuidar da maior cidade da América Latina.
Argumentos não convencem direção nacional
Só que esses argumentos não convencem a direção nacional. A avaliação da sigla é que nenhuma figura do partido na capital é capaz de rivalizar com o psolista e o melhor caminho é apoiá-lo já no primeiro turno para ter uma unidade e demonstrar força no debate.
Além disso, o PT nacional defende que todos devem se esforçar para convencer o PSB e PDT a estarem com o grupo, formando uma frente ampla de esquerda e centro-esquerda em São Paulo.
Outro ponto do PT nacional é o fato de Lula e Fernando Haddad terem se comprometido a estarem com Boulos em 2024. O deputado abriu mão da sua candidatura ao governo paulista para apoiar os petistas e agora espera a reciprocidade.
Com a pesquisa que traz Boulos em primeiro em todos os cenários, ficou ainda mais difícil a vida de quem quer que o PT lance um nome para 2024. O deputado ficou ainda mais fortalecido.
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