Não sei se isto acontece por causa do ofício que escolhi. Mas o fato é que o noticiário sempre acaba contaminando meu estado de espírito.
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Nesta semana, por exemplo, passei um bom tempo navegando pelas fotos e vídeos da Marcha das Mulheres
, que reuniu milhares de manifestantes em algumas das maiores cidades do mundo. A mim, que sou pai de uma filha e irmão de três irmãs, só restou absorver a poderosa mensagem que a atual geração deixa registrada na grande timeline planetária: homem nenhum será capaz de deter o poder feminino neste século 21, nem mesmo o descabelado mais poderoso da Terra, recentemente empossado.
Contaminado por esta vibe “meninas superpoderosas”, abri um sorrisão quando topei com a inspiradora história da jovem italiana Marina Piro. Depois de passar alguns anos como funcionária de uma grande corporação no norte da Inglaterra, ela pediu demissão, juntou suas economias e comprou um Renault Kangoo com 15 anos de rodagem.
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Depois, apenas com a ajuda dos tutoriais disponíveis na internet, Marina transformou a velha van em sua nova casa. Sozinha, criou um espaço sob medida para realizar o sonho de cair na estrada com seu cachorro, um mestiço de labrador e poodle chamado Odie. E batizou seu querido veículo de Pam, the Van.
A partir daí, como você vê nas fotos desta página, Marina começou literalmente a dirigir atrás de seu sonho. E passou a registrar os melhores momentos da aventura ao lado de Odie no Facebook e no Instagram, onde já soma mais de 40 mil seguidores . Até agora, a dupla já esteve no sul da Inglaterra, no interior da França, na Suíça e na Itália.
Num post recente, Marina admite que encarar a estrada sozinha nem sempre é fácil. Mas a recompensa não tem preço. “Somente sozinha sou capaz de ganhar força e aprender novas habilidades. Somente sozinha posso descobrir o que é minha verdadeira felicidade. Ah, e eu sei que essa fera peluda sempre estará ao meu lado, mesmo que nossas conversas acabem num beco sem saída”, afirma.
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Claro que imaginar uma jovem mulher viajando sozinha pelas estradas brasileiras, à mercê de todo tipo de violência, traz à tona uma série de medos e preocupações. Mas o recado de Marina vai além dessas limitações. “Muitas mulheres me dizem que gostariam de fazer algo parecido, mas não têm a mínima ideia de como começar. Bom, elas não têm mais desculpas agora.”