Houve um tempo em que esse fluxo imigratório ilegal atingiu padrões de uma epidemia
Mario Tama/AFP
Houve um tempo em que esse fluxo imigratório ilegal atingiu padrões de uma epidemia


Recentemente, um grupo de brasileiros foi feito refém de um bando de criminosos atuantes na fronteira do  México com os EUA. Foram roubados, espancados e duas mulheres que integravam o grupo, foram ameaçadas de violência sexual.

O episódio, infelizmente, é apenas mais um capítulo nesta história cujos componentes são ilusão, mentiras, expectativas frustradas, ameaças, agressões, violência e morte.

Muitas pessoas, buscando uma vida melhor e acreditando que isso possa vir com uma mudança para os EUA, fazem de tudo para conseguir ingressar em solo norte-americano. Isso acaba atraindo criminosos de todo o tipo, interessados em obter algum tipo de vantagem dessas pessoas, que, por sua vez, parecem ficar cegas às cautelas naturais desse tipo de procedimento e acabam acreditando em promessas descabidas disfarçadas de ótimas oportunidades.

Houve um tempo em que esse fluxo imigratório ilegal atingiu padrões de uma epidemia.  Os números, contudo, começaram a cair mais fortemente a partir da pandemia e em 2024 estão já bem menores. Para de ter uma ideia, em maio de 2024, a rede norte-americana de televisão CBS, informou, que a Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos estimou uma média de 3.700 entradas ilícitas nos primeiros 21 dias daquele mês (maior/24), uma redução de 54% em relação à 8 mil entradas diárias em dezembro de 2023.

A situação ficou ainda mais restritiva com a edição de uma lei especial, assinada pelo presidente Joe Biden em junho deste ano, que nega a concessão de asilo aos imigrantes ilegais capturados e os coloca numa local apelidado de "Whiskey-8", com instalações extremamente precárias como o próprio presidente Biden reconheceu.


Por que, com um ambiente tão hostil para esse perfil imigratório, o fluxo ainda segue em atividade? A justificativa de se buscar uma situação de vida melhor segue sendo a mais utilizada estas pessoas. E, de fato, parece ser um fundamento forte -- para esses indivíduos --, que não apenas se lançam num processo arriscadíssimo e com chances pequenas de sucesso, como voluntariamente se envolvem com criminosos sujeitando-se assim a todo o tipo de abuso.

Talvez a divulgação massiva de episódios infelizes e lamentáveis como o recentemente ocorrido com os brasileiros, possa servir de alerta a todos quantos estejam pretendendo se envolver numa empreitada como essa. Ter conhecimento de tais fatos por certo não impede de modo completo outros tantos interessados de buscarem o mesmo e perigoso caminho, mas serve como instrumento de conscientização a quem, ao menos por um instante, refletir mais detidamente sobre a questão.

Para ler mais textos meus e de outros pesquisadores, acesse  www.institutoconviccao.com.br.

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