Recentemente, um grupo de brasileiros foi feito refém de um bando de criminosos atuantes na fronteira do México com os EUA. Foram roubados, espancados e duas mulheres que integravam o grupo, foram ameaçadas de violência sexual.
O episódio, infelizmente, é apenas mais um capítulo nesta história cujos componentes são ilusão, mentiras, expectativas frustradas, ameaças, agressões, violência e morte.
Muitas pessoas, buscando uma vida melhor e acreditando que isso possa vir com uma mudança para os EUA, fazem de tudo para conseguir ingressar em solo norte-americano. Isso acaba atraindo criminosos de todo o tipo, interessados em obter algum tipo de vantagem dessas pessoas, que, por sua vez, parecem ficar cegas às cautelas naturais desse tipo de procedimento e acabam acreditando em promessas descabidas disfarçadas de ótimas oportunidades.
Houve um tempo em que esse fluxo imigratório ilegal atingiu padrões de uma epidemia. Os números, contudo, começaram a cair mais fortemente a partir da pandemia e em 2024 estão já bem menores. Para de ter uma ideia, em maio de 2024, a rede norte-americana de televisão CBS, informou, que a Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos estimou uma média de 3.700 entradas ilícitas nos primeiros 21 dias daquele mês (maior/24), uma redução de 54% em relação à 8 mil entradas diárias em dezembro de 2023.
A situação ficou ainda mais restritiva com a edição de uma lei especial, assinada pelo presidente Joe Biden em junho deste ano, que nega a concessão de asilo aos imigrantes ilegais capturados e os coloca numa local apelidado de "Whiskey-8", com instalações extremamente precárias como o próprio presidente Biden reconheceu.
Por que, com um ambiente tão hostil para esse perfil imigratório, o fluxo ainda segue em atividade? A justificativa de se buscar uma situação de vida melhor segue sendo a mais utilizada estas pessoas. E, de fato, parece ser um fundamento forte -- para esses indivíduos --, que não apenas se lançam num processo arriscadíssimo e com chances pequenas de sucesso, como voluntariamente se envolvem com criminosos sujeitando-se assim a todo o tipo de abuso.
Talvez a divulgação massiva de episódios infelizes e lamentáveis como o recentemente ocorrido com os brasileiros, possa servir de alerta a todos quantos estejam pretendendo se envolver numa empreitada como essa. Ter conhecimento de tais fatos por certo não impede de modo completo outros tantos interessados de buscarem o mesmo e perigoso caminho, mas serve como instrumento de conscientização a quem, ao menos por um instante, refletir mais detidamente sobre a questão.
Para ler mais textos meus e de outros pesquisadores, acesse www.institutoconviccao.com.br.