A batalha pelos jovens na política
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A batalha pelos jovens na política


Mesmo não concordando com grande parte de seu conteúdo, o manifesto comunista de Karl Marx (1848) até os dias de hoje obteve um incrível sucesso em termos de seguidores, ascensão e retenção do poder. Apesar das atrocidades cometidas por esta ideologia, e seu fracasso ressonante na União Soviética e China, pré-anos 70, ela move multidões, ganha eleições e mantém poder apesar de seus pífios resultados práticos. Como isto é feito? E o que podem conservadores e liberais aprender com estas estratégias para mudar a nação para um rumo melhor?  

Marx não acreditava em tentar implantar mudanças por meios pacíficos, mas era principalmente um teórico, escrevia, mas não colocava a mão na massa. Foi Vladimir Lenin que iniciou suas atividades revolucionárias (1892) até assumir o poder (1917), assassinando a família real, os Romanov (1918), e criando a então União Soviética (1922).    


Com a morte de Lenin, assume Joseph Stalin que eventualmente teria que lidar com uma ideologia concorrente. O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, fundado por Adolf Hitler, tinha muitas similaridades com os bolcheviques, como mostra Alan Bullock em seu livro “Hitler e Stalin: Vidas Paralelas''. O comunismo prolifera entre 1940-1979 por meios violentos na Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, China, Coreia do Norte, Cuba, Chile, entre muitos outros países.

Após não reagir ao golpe na Tchecoslováquia (1948), os EUA muda seu posicionamento político quando decide ajudar a Coreia do Sul atacada pela sua rival do norte em 1950. Durante a guerra fria, tivemos também a guerra do Vietnã (1955-1975) e a crise dos mísseis cubanos que por pouco não deu início a primeira e a última guerra mundial na era atômica. 

Mas nem todos os países que estavam guinando a esquerda mais radical, tiveram intervenção militar direta dos EUA. Este foi o caso do Brasil com o golpe de 1964-1985, e o Chile 1973-1988, ambos com intervenção militar diante do apoio da elite econômica.

Estes eventos somados às ações de J. Edgar Hoover, então diretor do FBI nos EUA, contra a "ameaça vermelha”, a eleição de Thatcher (1975), a eleição de Reagan (1981), a queda do muro de Berlim (1989) e o fim da Guerra Fria (1991) foram fundamentais na mudança de estratégia da ala marxista, que entenderam que a mudança da força nem sempre seria possível, outro conceito deveria substituí-lo.   

Uma possível conclusão seria que no lugar da força foi adotado o conceito da doutrinação universitária. Nos EUA, por exemplo, quase 40% das faculdades de artes liberais de elite não têm nenhum professor registrado como “Republicano”, o partido conservador americano. No corpo docente da Universidade de Berkeley, os democratas superam os republicanos em 9 para 1, e de acordo com um estudo de 11 universidades na Califórnia, os Democratas superam os Republicanos por 44 a 1 nos departamentos de sociologia. 

Existem explicações alternativas para este efeito que devem ser avaliadas, por exemplo: as afirmações de que “pessoas de esquerda gostam mais de se tornar professores universitários”, ou “pessoas de esquerda gostam de estudar mais”, ou “na Califórnia existem muito mais liberais que conservadores”. Em contraste, também há alguma lógica na tese do conflito de interesses, segundo a qual alguém que recebe dinheiro do estado, não apoiará a causa de redução do mesmo.

Do prisma pessoal, estive como criança em dois colégios onde o viés de esquerda era nítido, até gritante, mas será que meus pais sabiam ou concordavam? Meu bacharelado foi realizado na universidade onde minha professora de economia sofria ameaças por ter opiniões de centro. Na ocasião, a remuneração dos professores era proporcional ao número de estudantes, podendo inúmeros professores ensinar a mesma matéria. Este balanço se dava pelo equilíbrio entre oferta e demanda, onde os melhores docentes nos cursos mais cobiçados ganhavam mais. 

A base da pirâmide realizou então a “revolução dos bichos” para que todos ganhassem o mesmo valor. Os professores fracos ou de temas não cobiçados inicialmente se deram bem, os bons e de temas demandados se deram mal. Os estudantes também foram prejudicados porque perderam excelentes docentes para outras instituições que pagavam melhor. A universidade perdeu prestígio com a desistência dos melhores profissionais e alunos para seus concorrentes. Com o tempo, os professores fracos e de temas não cobiçados eventualmente foram lesados, porque as vacas gordas mudaram de fazenda. Por fim, a professora havia “cantado a bola”, mas o importante é que a lógica marxista prevaleceu!

Nessa batalha de ideias, os jovens acabam se tornando peças fundamentais por muitas vezes não terem responsabilidades como contas para pagar, filhos, e até mesmo labor (com todo respeito). Portanto, tem tempo de sobra para serem ativistas presencialmente, por redes sociais, produzindo conteúdo além de sua vitalidade de “mudar o mundo” necessária à natureza da atividade.

Sou contra a doutrinação esquerda ou de direita, mas acredito que quem lê Marx deve ler Adam Smith, e quem lê Engels deve ler Mises, quem lê Chomsky deve ler Sowell, e, por fim, quem lê Flávio Dino que leia Rodrigo Constantino. 

Nosso objetivo e prioridade deve ser incentivar e pressionar para que organizações principalmente no ramo de educação que são pagas com nosso dinheiro, privadas e públicas, tomem medidas para que os dois lados da moeda e o amplo espectro entre elas sejam ensinados. Este indivíduo estará equipado para julgar e tomar a melhor decisão, e o Brasil terá talvez a chance de se salvar de si mesmo.

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