O senador Sérgio Moro (União Brasil) negou nesta quinta-feira (18) que pretende renunciar ao mandato. A afirmação foi feita após a coluna revelar com exclusividade que aliados sugeririram que ele deveria desistir do cargo e ir embora do Brasil . O movimento do parlamentar contrário à orientação de seu núcleo duro acontece horas depois dele pedir ajuda ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Moro concedeu entrevista à jornalista Malu Gaspar, de O Globo, e afirmou que pretende seguir o mandato normalmente. A frase é uma resposta à coluna, que contou detalhes do plano de renúncia do senador, que iria para os EUA e denunciar uma suposta perseguição política. Mesmo dizendo se tratar de fake news, as informações foram novamente confirmadas neste espaço.
Diferente do que o senador afirmou, ele desistiu de renunciar por dois motivos: primeiro porque o plano foi descoberto e a ideia de se fazer de vítima foi por água abaixo, já que todos os espectros da política trataram o movimento como covardia. O segundo foi uma visita que o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) fez ao Supremo para conversar com Alexandre de Moraes.
Moro procurou o ministro para dizer que estava com medo de ser cassado por perseguição política. Um aliado, no entanto, afirmou que ele foi tranquilizado por Moraes. "O ministro garantiu que ele terá amplo direito a defesa e que não há caça às bruxas. Se não houve crime, não haverá condenação", disse uma pessoa próxima ao senador para a coluna.
Embora Moro tenha dito a aliados que ainda teme a pressão por sua cassação, sentiu sinceridade no ministro do STF. "Como pegou muito mal o plano ter sido revelado, o senador decidiu mudar a rota e manter o mandato", contou um parlamentar próximo a ele. Mesmo assim, nos corredores de Brasília a aposta é a mesma: ele será cassado e perderá todos os direitos políticos.