Tarcísio quer Bolsonaro inelegível o quanto antes
Alan Santos/PR - 21.01.21
Tarcísio quer Bolsonaro inelegível o quanto antes

Tarcísio de Freitas (Republicanos) assumiu que está fazendo um jogo de xadrez com seu padrinho político Jair Bolsonaro (PL). Ao mesmo tempo que o governador de São Paulo sabe que não pode romper com o ex-presidente, ele não o quer protagonizando o debate político nacional e nem mesmo estadual. Em conversas particulares, o líder da direita tem dito a aliados que torce para que Bolsonaro fique inelegível o quanto antes.

A afirmação foi feita em um jantar com cinco amigos, sendo alguns secretários estaduais e outros caciques de legendas importantes. Ao ser questionado como vai lidar com Bolsonaro de volta ao Brasil, o governador foi enfático. "É meu apoiador, mas quem deve protagonizar o debate sou eu", disse com tranquilidade. Para Tarcísio, o fato de ser o governador do maior estado do país o coloca como o grande líder da direita atualmente.

Mas Tarcísio é ponderado e sabe que, se administrativamente ele está com a chave do poder, eleitoralmente quem manda é Bolsonaro. O ex-presidente segue com um grupo fiel do eleitorado e um rompimento agora poderia comprometer seus planos para o futuro. "O governador não quer ser só o candidato da direita moderada, mas também o da extrema-direita", explicou uma fonte ouvida pela coluna sob a condição de sigilo.

Isso significa dizer que o governador de SP não deve ir para a reeleição e tenta viabilizar uma futura candidatura para o Planalto em 2026. Ele tem certeza, porém, que não consegue o arranque necessário para vencer se ficar só com a centro-direita. Os votos dos bolsonaristas fanáticos são peças fundamentais para viabilizar uma candidatura competitiva contra o sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"O presidente vai me apoiar a partir do momento em que ficar inelegível", afirmou Tarcísio, que estava ao lado de Gilberto Kassab (PSD) na mesa. Para ele, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não irá permitir que o ex-presidente volte a ser candidato, conforme a coluna já havia mostrado que deve acontecer, de fato. E com ele fora do páreo, a tendência é de que o bolsonarismo se una em torno de seu nome em 2026.

Aliados não acreditam que isso vá acontecer porque não enxergam possibilidade de políticos radicais trabalharem em uma campanha com Kassab, que virou mentor de Tarcísio. O próprio cacique do PSD não faz questão de esconder a antipatia por Bolsonaro. Tudo o que ele quer é livrar o país do radicalismo para que seu pupilo tenha uma candidatura para rivalizar com a esquerda nos moldes PT x PSDB.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!