Nas redes bolsonaristas vem sendo articulada a realização de novos acampamentos diante dos quartéis do Exército a partir da próxima semana. Empresários que ainda não foram descobertos como financiadores dos protestos golpistas já preparam a divulgação em massa de excursões para Brasília e outras cidades a fim de levarem o maior número possível de pessoas para a frente dos quartéis.
A coluna teve acesso a troca de mensagens entre empresários bolsonaristas que comandam a articulação e já se fala em números maiores do que se acumulou ao longo do final de 2022 e explodiu em 08 de janeiro. A estratégia, no entanto, é diferente da ocorrida no ano passado e o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não deve ser citado nas manifestações.
O grupo articula um pedido de intevenção militar, o que é considerado ilegal e crime pela Constituição Federal. Os articuladores decidiram por um novo levante após sentir que há espaço entre militares para uma tentativa de golpe e também após as decisões recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na cabeça deles, as Forças Armadas estão desprestigiadas e podem se sentir inferiorizadas , o que acalentaria a chance de uma intervenção.
Para não serem pegos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e pela Polícia Federal, os empresários se organizam para fazer todas as transações financeiras em dinheiro e não haver chance de serem rastreados. As contratações de ônibus também estão previstas através de empresas e laranjas que, ao menos em tese, não irão levar aos verdadeiros organizadores.
A ideia de voltar com os acampamentos já começou a correr em canais do Telegram e também em grupos de WhatsApp, sob a orientação dos empresários. Várias pessoas se mostraram dispostas a irem até o local, principalmente porque há a promessa de que não haverá prisões. O que tem se dito nesses grupos é que o Exército "vai proteger os patriotas", sem qualquer fundo de verdade.
Como existe o temor de que a Polícia Rodoviária Federal seja orientada a parar os ônibus antes de chegarem a seus destinos, já há um plano B. Neste cenário, moradores de cada cidade irão acampar nos quartéis de seus próprios municípios. Ao menos é isso que articulam os organizadores. No núcleo duro do bolsonarismo empresarial esta é a cartada final para tentar tomar o poder na marra.
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