Jair Bolsonaro (PL) ainda tenta salvar sua vida política no Brasil, mas sabe que a situação está quase irreversível . Caso não consiga manter seus direitos políticos intactos para concorrer à presidência em 2026, ele já tem um plano B. A intenção é rodar o mundo, ganhando dinheiro em palestras para o que ele vem chamando de "denúncias contra o comunismo no Brasil".
A coluna recebeu informações de que o ex-presidente já foi convidado por alguns grupos de extrema-direita de outros países para palestrar em 2023. Bolsonaro pretende cobrar entre R$ 50 e R$ 60 mil por palestra e deve aceitar os convites nos próximos dias. Mas não se trata de falar em eventos de prestígio mundial ou em Fóruns Econômicos, como costuma acontecer com ex-presidentes.
Ele foi sondado para garantir presença em eventos quase sempre organizados por grupos considerados de extrema-direita e com vínculos à defesa de pautas reacionárias. A intenção é ter Bolsonaro como voz da América Latina para falar o que acontece no Brasil. Ele iria espalhar para o mundo como funciona o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dentro da visão extremista.
Uma fonte ouvida pela coluna explica que, caso decida seguir este caminho, Bolsonaro irá denunciar "a virada do comunismo que o Brasil sofreu". Segundo esta pessoa muito próxima do ex-presidente, ele deverá se considerar um exilado político. "O presidente vai gritar ao mundo a perseguição política que sofreu e como o Brasil usou o sistema para implementar o comunismo".
Seguindo mais ou menos a mesma toada de outros líderes mundiais que perderam espaço, Bolsonaro espera manter seus seguidores fieis sem ter problemas com a justiça brasileira por não falar no Brasil. "Ele não quer falar de TSE e STF, mas do plano dos comunistas para tomar a América Latina e como o Brasil foi fundamental", revela o político em mais uma teoria da conspiração.
Ainda que o discurso seja apenas para a própria bolha, Bolsonaro tem a intenção de dizer nessas palestras que foi o único político capaz de enfrentar o sistema e "paga o preço até hoje por isso". O plano agradou o ex-presidente, que colocou como única condição para isso não correr risco de ser preso. "Os direitos políticos ele não se importa em perder, mas a garantia da liberdade é a condição", revela um aliado.