O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ordenou a todos os seus ministros que demitam o máximo possível de militares em cargo no Governo Federal. A ordem, no entanto, é que tudo seja feito sem alarde para não ser caracterizado como perseguição política e evitar situações constrangedoras para as Forças Armadas.
A coluna conversou com funcionários de três ministérios que confirmaram a informação. A ordem é que seja feito um levantamento em cada uma das 37 pastas para verificar a quantidade de militares ocupando cargo de destaque. O passo seguinte é que a maioria seja desligada, ainda que seja funcionário de carreira e, neste caso, retorne para suas funções originais.
"O Lula não quer militar em cargo civil no governo dele", garante o assessor de um dos mais importantes ministérios do governo atual. A intenção é mostrar que a administração atual trata-se de um governo civil e que os militares não terão função política nos próximos quatro anos. "O presidente quer devolver os militares para os quartéis e valorizá-los dentro das funções estabelecidas pela Constituição Federal", explica um político.
As demissões, porém, não serão midiática. "Isso é uma ordem, inclusive, não haver algazarra e publicidade exacerbada das decisões", explica outro assessor ouvido pela coluna. Isso porque, Lula já vive uma situação delicada com as Forças Armadas e não quer dar a entender que está a colocando em situação de humilhação após a resistência dos militares depois da vitória do petista.
A ideia do atual mandatário não é humilhar as Forças Armadas, mas enquadrá-la dentro da Constituição. Não há hipótese do atual governo assumir a mesma postura de Jair Bolsonaro (PL) ou mesmo de negociar cargos com militares em troca de apoio. Lula está convicto de que a única possibilidade de garantir a democracia brasileira é de que os militares façam aquilo pelo qual são pagos.
Fontes ouvidas pela coluna garantem que militares em posição de destaque com cargos civis no governo serão exceções. Apenas em casos de muita confiança do ministro e com autorização da presidência. "Lugar de militar é na caserna", disse um dos porta-vozes de Lula em conversa com ministros, pedindo que a faxina seja ampla, mas de forma discreta e rápida.
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