Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes
Carlos Moura/SCO/STF - 22.11.2022
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes

Alguns governadores aliados do  ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixaram escapar que estão com medo de serem afastados dos cargos, como aconteceu com Ibaneis Rocha (MDB) . Para eles, a  decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes , de afastar o governador do DF foi uma espécie de recado para qualquer político que optar por defender ou pôr panos quentes nos atos terroristas ocorridos no último domingo (08).

Um grupo de mensagens feito ara políticos bolsonaristas teve constantes conversas entre governadores e caciques políticos. Entre os participantes estavam o atual governador de São PauloTarcísio de Freitas (Republicanos) e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), além de parlamentares e presidentes partidários. O tom da conversa era de temor e prudência.

"Está todo mundo assustado porque sabe que o Xandão é capaz de afastar qualquer um", revelou um político bolsonarista . Na visão dele, a decisão de afastar Ibaneis foi mais um gesto autoritário do ministro do STF, mesmo diante das evidências de omissão a um ataque terrorista. "Acontece que a sociedade fico ao lado dele e perdemos essa", reconhece.

Na decisão, Moraes determinou que todos os governadores devem desmobilizar os QGs bolsonaristas em todos os estados do país, usando a força se necessário. Tarcísio e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, vinham colocando panos quentes nas mobilizações, assim como outros governadores, principalmente do Sul. Diante da decisão do ministro do STF, o grupo decidiu cumprir a determinação.

"A decisão é desmobilizar os QGs para evitar afastamento de mais um governador. Os líderes partidários aconselharam a obedecer a ordem porque os ânimos estão exaltados no STF", avisou o assessor de um dos governadores que participa do grupo . Mesmo optando por obedecer Alexandre de Moraes, a maior parte dos governadores tentou pôr panos quentes na gravidade da situação.

"No WhatsApp, a maior parte dos governadores bolsonaristas estava comemorando a invasão ao longo do dia. O discurso mudou publicamente, mas entre eles, não. Quase todos acham que os atos terroristas foram uma demonstração de força do bolsonarismo e que eles não podem ser considerados traidores", revelou outra fonte ouvida pela coluna.

Coincidência ou não, Tarcísio de Freitas ordenou a desmobilização do QG, mas segundo seu Secretário de Segurança Pública, não haverá uso da força porque "não há violência no local" . Ao mesmo tempo, o governador de São Paulo não confirmou presença na reunião dos governadores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para debater sobre os atos terroristas.

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