O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante cerimônia de posse no cargo
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL - 02.01.23
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante cerimônia de posse no cargo

Quando convidou Fernando Haddad (PT) para ser ministro da Fazenda do novo governo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pedido, que foi prontamente aceito pelo colega de partido. Desde então e, principalmente agora que assumiu a pasta, a ordem do presidente virou uma verdadeira obsessão para o ministro: não permitir que o preço de itens da cesta básica e do gás de cozinha se tornem inacessíveis.

Um membro do PT, muito próximo de Lula, confirmou à coluna a conversa entre Lula e Haddad no final de novembro . "O presidente pediu que Haddad criasse um plano emergencial para impedir que a população continuasse sofrendo com o preço no mercado", informa. O presidente avisou que daria carta branca ao seu pupilo à frente da Fazenda, mas queria um resultado em particular: o preço controlado.

Para este petista, o assunto mais sensível para Lula é o preço nas prateleiras dos mercados do país. "Ele não se conforma em ver as pessoas passando fome porque o governo é incapaz de conter o aumento dos preços", conta. A missão de Haddad virou achar um jeito de tornar viável para a população mais pobre comprar pelo menos o básico: arroz, feijão, salada e carne.

" O presidente se emociona quando pensa que há pessoas morrendo de fome e exige que isso seja resolvido como urgência máxima", insiste a fonte ouvida pela coluna. Num braço, Lula conseguiu viabilizar o Bolsa-Família de R$ 600 para milhões de brasileiros, mas ele próprio considera a medida ineficaz. "É impossível para famílias mais pobres se manter com esses valores", lembra o parlamentar ouvido.

Além do preço de itens da cesta básica, Lula também ordenou que Haddad não permita o aumento do gás de cozinha e, se possível, derrubar os valores. "O presidente falou mais de uma vez que não quer no governo dele pessoas morrendo por explosões ao manusear álcool por não conseguir comprar o gás", lembra outra fonte ouvida pela coluna.

A ordem de Lula foi bem vista por Haddad e virou obsessão do ministro, que quer mostrar que tem a mesma visão do presidente e que consegue recolocar o país no trilho do controle de preços sem prejudicar o Mercado. "O ministro está estudando os mecanismos da economia desde que aceitou o convite. Ele vai oferecer soluções ousadas, modernas e que trarão resultados quase que imediatos", garante uma pessoa próxima a ele.

O novo governo já vem mostrando sua decisão sobre os temas. Além de ter m antido as desonerações para o gás de cozinha por um ano , o que impede crescimento vertiginoso de preços, há outras atitudes. O escolhido por Lula para comandar a Petrobrás , o senador Jean Paul Prates (PT), já afirmou que quer achar um mecanismo para que as variações do humor do mercado em relação à estatal não chegue ao bolso do consumidor, mudando a política completamente.

A obsessão de Haddad para cumprir a ordem de Lula no menor espaço de tempo vem chamando a atenção nos bastidores de Brasília. Há quem defenda que, ao menos num primeiro momento, haverá redução no preço da cesta básica e do gás de cozinha. "O que precisamos ver é o que acontece a médio prazo e só a política econômica do governo vai responder", diz uma fonte.

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