Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados
Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados

Arthur Lira (PP) comentou com aliados nesta segunda-feira (19) que está preocupado com a relação entre o governo eleito e o STF (Supremo Tribunal Federal). O presidente da Câmara teme que Luiz Inácio Lula da Silva, o PT e a base aliada usem a Corte para desidratar o Congresso.

O temor é justificável com base na decisão recente de Gilmar Mendes, liberando o Bolsa-Família fora do Teto de Gastos antes mesmo da PEC da Transição ser votada na Câmara. A outros parlamentares do Centrão, Lira tem dito enxergar uma espécie de padrão nas decisões dos ministros em favor do próximo governo.

"Lira acredita que o STF caminha para ser balizador de tudo o que o governo Lula tentar e tiver dificuldades no Congresso", comentou um deputado federal próximo do presidente da Câmara. Neste momento, inclusive, há o temor de que a decisão de Mendes seja um prenúncio do que vai acontecer com o Orçamento Secreto.

O STF julga hoje se mantém ou considerada inconstitucional as emendas do relator e existe a expectativa de que, com as mudanças impostas pelo Congresso, haja uma reviravolta em favor do Orçamento Secreto. Após a decisão de Gilmar, no entanto, o pessimismo tomou conta.

O deputado que deve se reeleger para a presidência da Câmara chegou a enviar mensagens a aliados após a decisão de Mendes demonstrando preocupação. Na visão dele, Lula, o PT e a base aliada encontraram guarida na Corte para reformar decisões da Câmara e que seriam apenas políticas. Chamou a atenção dele que a decisão de Mendes aconteceu horas após sua reunião com Lula em que o presidente eleito não aceitou negociar os termos de Lira e cogitou até abrir mão da PEC.

Lira tem dito a aliados que não pretende bater de frente com o STF porque considera que isso nunca funcionou. "Nenhum político enfrentou a Corte e venceu", disse ele a outro parlamentar. Para o presidente da Câmara é preciso serenidade e se aliar o máximo possível do governo eleito e manter o equilíbrio. "Assim o STF não vê motivo para se intrometer", completou a fonte ouvida pela coluna.

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