Jair Bolsonaro (PL) não gostou nada de saber que havia uma TV ligada no Palácio da Alvorada com a transmissão da diplomação de seu principal adversário político, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) . O atual mandatário teria reagido aos gritos para que o aparelho fosse desligado e com a ordem para que nenhum funcionário da casa oficial e do Planalto assistie à exibição.
Segundo funcionários do Alvorada confirmaram à coluna, Bolsonaro estava transitando no meio da tarde ao perceber que havia um aparelho sintonizado em uma das salas do prédio com funcionários acompanhando à diplomação. "Ele ficou fora de si e entrou no lugar aos berros dizendo que não queria ver aquilo", revelou uma fonte. A TV estava ligada para servidores de carreira que estavam acompanhando o evento em momento de trabalho.
Ainda na versão contada por eles, o presidente teria passado um sermão sobre assistir televisão em horário de trabalho. "Ele ainda disse que não queria funcionário comunista perto dele", lembrou outro servidor. Ao sair da sala, acompanhado por assessores, Bolsonaro teria aproveitado para usar seu telefone e comunicar a proibição.
"Ele mandou um áudio para um dos secretários avisando que não queria TV ligada com a diplomação, mas ele estava tão nervoso que falou posse", lembrou o assessor, que concordou em falar com a coluna, sob a condição de anonimato. "O presidente ficou muito chateado com o que viu e se sentiu pessoalmente ofendido", continuou.
O destempero foi visto nos bastidores do Alvorada com bom humor por funcionários de carreira. Se políticos com cargos de confiança optaram por obedecer as ordens, o mesmo não pode se falar de quem tem estabilidade. "A gente ligou da TV quando ele se afastou e continuou assistindo", riu o servidor. Questionado se não havia medo de reatliação por conta do que houve, a resposta foi certeira. "Ele já está saindo".
A postura de Bolsonaro, no entanto, chamou a atenção. Uma funcionária responsável pela limpeza de alguns dos salões do local, ficou surpresa ao saber da história. "Ele não costuma atacar funcionário não, ao contrário", diz ao garantir que o presidente sempre foi educado com ela. "O maior problema são as piadinhas de mau gosto, mas gritar eu nunca vi".
Um assessor contou à coluna que o problema foi mesmo a diplomação. O político revelou que Bolsonaro estava sensível desde que perdeu a eleição e a data da diplomação foi especialmente difícil para ele. "Ver a TV ligada dentro da casa dele foi um baque".
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG .