Indústria abre caminho para a economia de baixo carbono
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Indústria abre caminho para a economia de baixo carbono


O Brasil tem florestas nativas, água doce e biodiversidade mais do que suficientes para liderar a nova economia de baixo carbono, que contribui para mitigar os efeitos do aquecimento global. Para isso, a nossa indústria propõe a regulamentação de um mercado de carbono e políticas públicas para conservação florestal, estímulo à transição energética e incentivo à economia circular.


São propostas com potencial de inserir o país nas mais avançadas cadeias produtivas globais - caso do hidrogênio verde, eletrificação de carros, baterias inteligente etc.

Também devem atrair investimentos estrangeiros, movimentar a economia e gerar empregos de qualidade, além de reduzir o desmatamento ilegal e de fomentar novos mercados da bioeconomia, a partir da exploração responsável da biodiversidade e dos recursos naturais.

A estratégia da indústria brasileira passa pela regulamentação de um mercado de carbono em que empresas transacionam permissões de GEE em um ambiente regulado, com segurança jurídica, transparência e participação do setor privado na estrutura de governança.

Além de fomentar a conservação ambiental e mitigar as emissões, esse mercado origina recursos para viabilizar projetos sustentáveis e da economia verde como um todo. Trata-se de um mercado estimado no ano passado em 95 bilhões de dólares pelo Banco Mundial.

A proposta para regulamentação desse mercado foi apresentada em junho passado ao governo federal e a sociedade pela Confederação Nacional da Indústria.

O projeto prevê adotar um volume mínimo anual de créditos, selecionar setores inicialmente participantes, instituir regras nacionais e criar mecanismos de estabilização de preços para evitar flutuações indesejadas. A implantação deve ocorrer de forma gradual durante um período de dois a cinco anos.

Ainda faltam incentivos e obrigações para as empresas aderirem à práticas sustentáveis, o que pode vir com a regulação do mercado de carbono.

As empresas poderão optar por comprar as permissões de emissões no mercado ou fazer investimentos para reduzir as suas emissões. Hoje, as que se movem em direção ao baixo carbono fazem isso porque estão inseridas em cadeias de valor internacionais, demandadas eventualmente pelos seus próprios clientes. Para vender mais a um grande cliente que tem essas metas precisa se adiantar nesse sentido. É uma oportunidade.

A transição energética seja pela maior eficiência ou pela geração renovável e, hoje, prioridade em diversas indústrias.

Na área de transportes, os biocombustíveis tambor ajudam na transição energética com experiências encampadas desde o Proálcool criado nos anos 70. Há espaço, inclusive, para inserir biocombustíveis de segunda geração obtidos a partir de resíduos. A aviação civil tem buscado nos biocombustíveis uma solução para reduzir a pegada de carbono.

A partir de 2027 os aviões não poderão levantar voo entre vários destinos internacionais se não compensarem as emissões por meio da compra de créditos de carbono ou do abastecimento por uma mistura mínima de combustível sustentável ao querosene de aviação.

A conservação florestal e, hoje, prioridade em diversas indústrias como a do papel e celulose que se adiantou na descarbonização. O setor adota um modelo de negócios que recupera áreas degradadas, promovendo plantios de eucalipto e a restauração de áreas de vegetação nativa.

Mesmo indústrias que não lidam diretamente com manejo florestal também contribuem para a descarbonização. E o caso do setor de óleo e gás que prevê investir seis bilhões de dólares nos próximos cinco anos para reduzir as emissões.

O setor aposta em uma combinação de tecnologias para reduzir a pegada de carbono na cadeia produtiva além de mecanismos de compensação das emissões nas atividades de refino, transporte e distribuição de combustíveis.

Os representantes dessas empresas têm a obrigação de agir com agendas de transformação ecológica para o bem do Brasil e de toda a comunidade internacional.

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