Como um país pode perder o seu futuro?

É necessário que as forças democráticas façam oposição aos ares golpistas em voga no país

Foto: Reprodução/Flickr
Como um país pode perder o seu futuro?

Stefan Zweig em seu livro "Brasil, País do Futuro " (1941) escreve sem ufanismo sobre a possibilidade de o Brasil vir a ser uma grande nação . Afonso Celso,  visconde de Ouro Preto, publicou em 1900 "Porque me ufano do meu país". Será que os dois personagens erraram nas suas previsões ou ainda há tempo para salvar o futuro do Brasil ?

Para não hipotecar mais o nosso futuro urge uma mudança rápida no panorama político e econômico catastrófico que atravessamos com a pandemia fora de controle, crise financeira e social.

Neste momento, há forças que se movem nessa direção. Com o engajamento dos setores mais esclarecidos é possível mudar o rumo interna e externamente para salvar o Brasil de uma catástrofe sem precedentes.

A crença nas virtudes da educação como forma de preservar a justiça social e fortalecer o caráter nacional poderia orientar esse esforço de reerguimento .

A debacle da saúde e da educação brasileiras não pode continuar sob pena de o país perder o futuro previsto por Zweig e Afonso Celso. Hoje, mais do que nunca, as forças democráticas precisam opor-se ao golpismo em voga no Brasil, e lutar para mudar o cenário interno e externo.

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A política externa que abarca questões de relações internacionais e domésticas de direitos humanos é essencial para a manutenção de uma democracia multicultural, multirracial e inclusiva.

Havia uma " diplomacia das políticas sociais", uma forma de soft power , usada como estratégia de inserção brasileira na política global, que poderíamos recuperar com o fim de melhorar a nossa combalida imagem internacional.

A propaganda associada aos resultados dessas políticas e à inovação dos modelos pode ajudar o Brasil a recuperar o reconhecimento perdido no exterior e voltar a ser referência mundial, sobretudo para os países do Sul.

Um dia vamos voltar para a normalidade democrática e ao convívio internacional sem a condição de pária e necessitaremos de uma política exterior respeitada , que nos reinsira globalmente e recupere o respeito perdido.


Hoje existe um incômodo em qualquer aproximação com a nossa diplomacia em vários países, inclusive em países vizinhos. A alienação brasileira em face da realidade nacional e mundial tem de terminar para recuperarmos o espaço ocupado legitimamente, e perdido no cenário mundial.

O retorno às melhores tradições do Itamaraty afigura-se imprescindível para reunificar a instituição , para terminar com a caça às bruxas e para ajudar o Brasil a recuperar o seu futuro , no momento, perdido.