A dois dias da votação na Comissão de Constituição e Justiça – e provavelmente no plenário da Câmara – do parecer do deputado Bonifácio (PSDB-MG) sobre a denúncia da PGR contra o presidente Michel Temer, a portaria do Ministério do Trabalho com a regulamentação da fiscalização sobre ‘trabalho escravo’ foi lida como poesia pela bancada ruralista, a mais forte na Casa (da qual Temer, como deputado, também fez parte).
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Foi um recado do presidente para os parlamentares ‘indecisos’. Na praça, interpretações foram adversas. O que aos olhos dos ativistas pode parecer benesses a fazendeiros, para o Governo normaliza uma situação de ‘justiçamento’ equivocado de fiscais contra produtores.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, esteve com o presidente. Há meses havia grupo de trabalho sobre o tema. A conclusão coincidiu com a semana da votação.
Para o Governo, havia muita liberdade para os fiscais interpretarem de seu jeito o que era ‘trabalho escravo’ diante de flagrantes. A Portaria visa normatizar a fiscalização.
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