Veja a situação da ponte binacional Oiapóque (AP) - São Jorge (Guiana Francesa). A obra, após cinco anos pronta e sem uso, foi inaugurada sem festa em maio.
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Faz sentido. Só os guianenses podem atravessar para o lado brasileiro, sem serem parados. Os brasileiros que tentam entrar na Guiana Francesa, seja de carro ou a pé, necessitam de vistos do país vizinho – e a grande maioria é barrada nas guaritas de segurança do lado guiano.
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O Itamaraty respondeu em nota oficial:
O trânsito de pessoas entre ambos os países é regido pelo Acordo, por troca de Notas, sobre Supressão de Vistos entre o Brasil e a França, de maio de 1996, e pelas recentes disposições da legislação francesa sobre a matéria aplicáveis à Guiana Francesa (Arrêté du 11 mars 2016 modifiant l'arrêté du 26 juillet 2011 relatif aux documents et visas exigés pour l'entrée des étrangers sur le territoire de la Guadeloupe, la Guyane, la Martinique, La Réunion et de la collectivité de Saint-Pierre-et-Miquelon).
O Governo brasileiro tem ressaltado ao lado francês sua tradicional posição em favor da eliminação da exigência de vistos aos nacionais brasileiros, embora reconheça os esforços empreendidos pela França para mitigar a questão, a exemplo da política de "flexibilização" de vistos para brasileiros. O Itamaraty vem, ademais, explorando com as autoridades francesas formas de ampliar a abrangência da isenção de vistos para brasileiros, enquanto prevalecer tal exigência.
Cabe ressaltar, ademais, que, para as populações transfronteiriças, prevalece o Acordo, por troca de notas verbais, de 26 de março de 2014, entre a República Federativa do Brasil e a República Francesa, segundo o qual os nacionais de ambos os países, munidos da identificação de transfronteiriços, ingressam e permanecem no território do outro país, por período de até 72 horas ininterruptas, sem limite do número de ingressos.