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Jorge Aragão, o poeta do samba também está nas vozes dos maiores intérpretes da MPB

Jorge Aragão começou a carreira na década de 1970, em bailes e casas noturnas. Como compositor, despontou em 1976, quando Elza Soares gravou uma de suas composições. "A música sempre me acompanhou de alguma maneira, mas nunca, eu nem podia imaginar, nem sonhava que um dia eu pudesse viver da música", revela o Poeta do Samba que também está nas vozes dos maiores intérpretes da MPB: Elza Soares, Beth Carvalho, Alcione, Ney Matogrosso, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Dona Ivone Lara, Elba Ramalho e outros. O sucesso de Jorge Aragão não se limita à venda de CDs. Em seus shows, o sambista vem se surpreendendo com a participação da juventude. “Achava que minhas letras não tinham a ver com a garotada. Escrevo para o ‘nego véio’, a turma do samba”, disse em uma entrevista.

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Jorge Aragão foi o homenageado do Sambabook projeto que já retratou grandes nomes do samba

Em 2016, Jorge Aragão foi o homenageado do Sambabook projeto que já retratou João Nogueira, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila e Dona Ivone Lara). A obra do cantor e compositor foi espelhada através de depoimentos, entrevistas, documentário, fotos e claro, muita música. Suas composições ganharam nova roupagem nas vozes de grandes nomes da música brasileira. “A importância do samba para mim é como se eu tivesse só a carne e alguém viesse colando a minha pele de cima a baixo. Ele é a maneira como eu me apresento hoje para o mundo. O samba é minha identidade, o samba é meu sorriso, o samba é minha letra... Só não vou dizer que o samba é o ar que eu respiro porque seria muito piegas... [risos] Sua importância é a mesma que dou a minha raça. Ele é primordial. E acima de tudo, minha defesa também”.

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Com sua banda, faz apresentações com público, em média, de 10 mil pessoas pelo Brasil – na agenda anual, faz shows em cidades brasileiras, europeias, dos EUA e da África, onde recentemente foi convidado para a 31ª Edição do Festival Internacional de Música de Cabo Verde, na Baia das Gatas, Ilha de São Vicente. "Foi surpreendente. Foi humano pra caramba. Meu Deus do céu, ali tinha uma multidão maior que arena de futebol. Todo mundo na minha frente. Foi bom demais. Só a oportunidade de subir num palco como aquele para levar minhas canções, cantar minha música... Não tinha noção do que eu iria encontrar. É difícil entender que tinha tanta gente, que cantei para uma multidão daquela. Parece que o mundo inteiro estava na Ilha. Foi lindo, foi ótimo. Acho que só não foi superior a primeira vez que pisei na África, quando cantei em Luanda, Angola. Foi Martinho da Vila que me proporcionou isso. Foram duas experiências pontuais, mas em termos de representatividade elas são sem tamanho, sem eu poder dizer o quanto”, debulha-se o Poeta do Samba, emocionado.

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