Simulação de como seria o ambiente marinho no período Ordoviciano
Reprodução/UFRR
Simulação de como seria o ambiente marinho no período Ordoviciano


Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, indica que uma extinção em massa do Ordoviciano , ocorrida há cerca de 444 milhões de anos, muito antes dos dinossauros, foi causada pela perda de oxigênio dos oceanos . De acordo com os resultados da pesquisa, publicada na Nature Communicationsn essa condição imprópria para a vida durou mais de 3 milhões de anos, tempo bastante superior comparado a outros períodos de destruição.

Durante o período Ordoviciano , a maioria dos seres vivos habitavam apenas o ambiente marinho e as primeiras plantas ainda estavam surgindo na terra. A maioria dos continentes modernos estava unida em um único supercontinente, chamado Gondwana. A extinção em massa ocorrida nessa época está entre as cinco maiores na historio do planeta. A mais famosa delas é extinção do Cretáceo-Paleogeno, que dizimou todos os dinossauros não voadores, há cerca de 65 milhões de anos.

A descoberta é um sinal de preocupação para os dias de hoje e representa uma ameaça para a vida marinha, uma vez que o oceano está passando por um processo de desoxigenação, com quedas bruscas nos níveis de oxigênio, em razão do aquecimento global.

Durante o período Ordoviciano, houve um pulso inicial para a extinção, quando o continente começou a esfriar. Depois, ocorreu o segundo pulso, alvo do estudo dos pesquisadores de Stanford. Ao fim do evento catastrófico, 85% das espécies marinhas desapareceram da face da terra.

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Alerta

Autor do modelo usado aplicado no estudo, o pesquisador Richard George Stockey afirma com segurança que em qualquer cenário razoável, angrandes e prolongadas perdas de oxigênio devem ter ocorrido em grandes volumes no fundo oceânico da Terra.

"Graças a esse modelo, podemos dizer com confiança que um evento anóxico global longo e profundo está ligado ao segundo pulso de extinção em massa no Ordoviciano Tardio", disse Sperling. "Na maioria dos oceanos,  era realmente um momento muito ruim para se estar vivo", afirma Stockey, que alerta para a necessidade de olhar com cuidado para as mudanças dos oceanos nos tempos modernos.

"Não há como as condições de baixo oxigênio não terem um efeito severo na diversidade", explica. "Expandindo nosso pensamento de como os oceanos se comportaram no passado, poderíamos obter algumas idéias sobre os oceanos hoje", completa.

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