Cinco meses depois de rejeitar uma oferta de R$ 20 milhões de países do G7 para ajudar no combate às queimadas na Amazônia , o Brasil pode recorrer aos mesmos países para preservar a região da floresta. O vice-presidente Hamilton Mourão , agora encarregado do recém-criado Conselho da Amazônia , disse que terá a “cara de pau” necessária para pedir dinheiro.
“Rejeitou, mas depois eu vou lá com a cara de pau e peço. Quando você vai receber o dinheiro do exterior, tem limite. Seu livre arbítrio tem que ser respeitado”, afirmou Mourão em entrevista ao canal Globo News.
A oferta recusada por Bolsonaro foi feita no final de agosto de 2019 por Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Japão, Itália e Canadá. A proposta foi anunciada pelo presidente francês, Emmanuel Macron , com quem Bolsonaro já vinha se desentendendo há algum tempo.
Briga com Macron e repasses suspensos
Macron responsabilizou o Brasil pelas queimadas e irritou Bolsonaro , que considerou a recusa como uma “vitória”. O presidente brasileiro também não recebeu bem a informação de que parte dos recursos oferecidos estariam vinculados a um trabalho com ONGs. Ele já havia avisado que rejeitaria a proposta caso ela fosse condicionada a alguma contrapartida ou exigisse um monitoramento na aplicação de recursos.
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Antes do episódio da recusa, o governo já havia perdido um repasse de R$ 155 milhões feito pela Alemanha para a preservação da floresta e outros 132,6 milhões da Noruega para o Fundo Amazônia . Os dois países suspenderam a ajuda em razão do aumento dos índices de desmatamento na região.
Novidades
Em 2020, os esforços para a preservação da Amazônia estarão concentrados em novas frentes, como o Conselho da Amazônia, gerido por Hamilton Mourão, e a Força Nacional Ambiental, que atuará nos moldes da Força Nacional de Segurança.