O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, fez na última terça-feira (29) um balanço da atuação das Forças Armadas na Amazônia em uma operação de garantia da lei e da ordem (GLO) denominada Verde Brasil. Segundo o general, a campanha dos militares na região foi concluída com uma redução significativa dos focos de incêndio e a fiscalização de atividades irregulares na região.
Leia também: "Dia do Fogo é invenção da imprensa", diz investigado por queimadas na Amazônia
Entre agosto e setembro, houve redução de 16% dos focos, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( Inpe ). De setembro a outubro, na contabilidade ainda não fechada do mês atual, houve nova queda. “O número de queimadas começa a diminuir, face à atuação nossa também. Ainda falta acabar o ano, mas tende a ficar abaixo da média histórica”, declarou Azevedo.
Pelos mapas apresentados no balanço, alguns focos permanecem em localidades, com casos mais graves na região de Altamira, no Pará. A operação começou em 23 de agosto e terminou em 24 de outubro, em meio a polêmicas e críticas internas e externas e respostas do Executivo. De acordo com o ministro, foram combatidos 1.407 focos de incêndio
por via terrestre e 428 focos por via aérea. O ministro apresentou também dados sobre a evolução do desmatamento nos últimos meses, ressaltando que houve um aumento em agosto.
Leia também: Queimadas do "Dia do Fogo" foram organizadas por mensagens, diz PF
Quatro alvos
Foi ainda iniciada investigação para apurar responsáveis, que chegou a deter fazendeiros suspeitos. O delegado da Polícia Federal Tiago Ferreira destacou a Operação Pacto do Fogo, deflagrada recentemente e que teve quatro alvos entre empresários e donos de terras .
“Apreendemos equipamentos econômicos de quatro alvos, que estão sendo analisados. Com base nela [análise], vamos poder determinar se há outras pessoas envolvidas e, a partir daí, expandir a linha de investigação ”, informou Ferreira.
Leia também: Projeto do governo de ampliar mineração ameaça 30% das terras indígenas
Além das investigações e do combate aos focos, Azevedo e Silva apresentou números relacionados à fiscalização de crimes ambientais na região, como extração de madeira e garimpo sem autorização. Os militares aplicaram 352 termos de infração, que resultaram em R$ 141 milhões em multas . Nas ações, foram apreendidos 23 milhões de metros cúbicos de madeira obtida ilegalmente e desmontados 45 acampamentos clandestinos.