O óleo nas praias do Nordeste começou a aparecer no dia 30 de agosto, na Paraíba, e quase dois meses depois ainda não se sabe a origem do vazamento. O derramamento de toneladas de petróleo no oceano já é considerado uma dos maiores desastres ambientais do Brasil, com consequências graves para o ecossistema, meio ambiente, turismo e economia.
Até a última atualização desta reportagem, 200 localidades em 78 municípios de 9 estados haviam sido afetados.
A população que vive principalmente em regiões próximas ao litoral, se organiza para retirar o óleo com suas próprias mãos , em muitos casos até sem a proteção necessária.
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Saiba como doar para ajudar na operação
Atualmente, os dois locais mais afetados são Pernambuco e Bahia, onde as recentes manchas de óleo chegaram.
Dois grupos se destacam na organização dos voluntários para a limpeza das praias afetadas. No litoral pernambucano, o Salve Maracaípe, e no baiano o Guardiões do Litoral.
As duas ONGs lançaram campanhas de financiamento coletivo para ajudar nos custos com o deslocamento e alimentação dos voluntários, a compra de equipamentos de proteção e outras necessidades emergenciais.
"Precisamos de apoio com alimentação, transporte, EPI e outras urgências para combater o vazamento de óleo que atinge as praias do Nordeste do Brasil", diz o financiamento coletivo criado pelo Salve Maracaípe. A meta inicial era conseguir uma quantia de R$ 20 mil, mas já foi doado mais de R$ 65 mil. Você pode clicar aqui e ajudar o projeto com doações a partir de R$ 20.
Na Bahia, o grupo criou a 'vaquinha online' no dia 19 de outubro. A meta era conseguir R$ 20 mil, mas já estão com R$ 50 mil. "Nos últimos dias temos feito todas as ações com recursos próprios. Porém, o óleo continua chegando às praias que já foram limpas. Precisamos da sua ajuda para continuarmos agindo. Esse valor será destinado a compra de EPI’s, deslocamento, ferramentas e apoio", diz pedido. Você pode clicar aqui para contribuir com o projeto.
Quem deseja trabalhar no local como voluntário pode entrar no grupo do WhatsApp do projeto
para ter mais informações.
Doações de equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas grossas, botas, máscaras e protetor solar, além de pás, sacos de ráfia - que tem fibra resistente são solicitadas a todo instante. Além do material de trabalho, eles pedem água mineral, alimentos não perecíveis e óleo de cozinha, usado para remover os resíduos da pele.
Na última segunda-feira (21), voluntários que trabalhavam na praia de Itapuama, em Pernambuco, escreveram um recado na areia ao lado da mancha. “SOS”, “Luvas” e “Tratores” foram os pedidos do grupo para auxiliar na retirada do óleo da areia.
Voluntariado
Em Alagoas, o Instituto do Meio Ambiente disponibilizou um grupo no WhatsApp para facilitar a comunicação entre as pessoas que se voluntariam para ajudar na limpeza do litoral. Nele são anunciadas as datas e os locais dos próximos mutirões, além de orientações para quem tem interesse em participar.
A Defesa Civil do Rio Grande do Norte abriu um cadastro online na segunda-feira (21) para a inscrição de voluntários que queiram atuar em possíveis mutirões nas praias. O cadastro pode ser feito aqui.
Em Pernambuco, os interessados em serem voluntários podem acompanhar ONGs como a 'Xô Plástico' ou a 'Salve Maracaípe' nas ações e também há a possibilidade de se inscrever na plataforma Transforma Brasil. As equipes de trabalho são montadas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente estadual e partir disso, são destinadas aos pontos de limpeza.
A bióloga Yana Lopes, 26, esteve na praia de Muro Alto, no litoral Sul pernambucano, para ajudar na limpeza e retirada do óleo. Ela foi ao local com um grupo organizado pelo movimento Xô Plástico, que regularmente realiza limpezas nos manguezais, praias e nas matas do Recife.
“Eles conseguiram um ônibus em parceria com agências de viagens e fomos orientados a levar todos os equipamentos de proteção. Quando eu cheguei na praia e vi a cena, foi tudo muito triste. A gente observava diversos fragmentos de óleo espalhados na areia, nos corais. O óleo estava impregnado e era impossível retirar”, lamenta a voluntária.
Ela lembra que a falta de planejamento e articulação dos órgãos competentes dificulta a ação dos voluntários e torna o trabalho ainda mais perigoso. “É necessário que nesses pontos onde o pessoal está trabalhando tenham técnicos especializados para acompanhar a movimentação. Tinha muito gente descalça, sem luvas, entrando em contato com o material tóxico”, conta.
Pontos de doação física:
Recife
Museu de Oceanografia da UFPE
Endereço: Av. da Arquitetura - Cidade Universitária, Recife
Fone: (81) 2126.8225
Bairro do Cordeiro
Endereço: Avenida do Forte, 785 - casa 1, Cordeiro
Fone: (81) 99729.5359 (Rafael Câmara)
Ecoe Sustentabilidade
Endereço: Empresarial Tancredo Neves, Rua Visconde de Jequitinhonha, 279, sala 505 - Boa Viagem
Fone: (81) 3204.8451 (Susanne ou Stela)
Alagoas
OAB
Endereço: Av. General Luiz de França Albuquerque, 7100 AL-101 Norte
Fone: (82) 3023-7200
Salvador
Rio Vermelho
Endereço: Rua do Barro Vermelho, 200
Fone: (71) 991620648
Praia do Flamengo
Rua Desembargador Manoel de Andrade Teixeira, 272
Fone: (71) 21372885