Estimativa é que 20 mil animais passeiem pela orla carioca até a data
Os saltos das baleias jubarte, que recentemente viralizaram nas redes sociais, têm tudo para se tornar uma imagem cada vez mais comum no litoral do Rio. Com as ações de proteção da espécie, elas devem visitar cada vez mais as praias cariocas: a estimativa é que 20 mil passeiem por aqui até setembro. A cidade está na rota das baleias costeiras, que, nesta época do ano, saem da Antártida em busca das águas quentes do Sul da Bahia para se reproduzirem.
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Nesta segunda-feira, o jornal O Globo flagrou cinco baleias jubartes adultas e uma jovem na entrada da Baía de Guanabara. Apesar da bela imagem da baleia indo até a superfície para respirar, é preciso manter distância dos animais, já que alguns chegam a pesar 40 toneladas, distribuídas em 15 metros de comprimento.
"O banhista não pode chegar perto. Elas são dóceis, mas há casos de aproximação natural do animal, como a que aconteceu com o grupo de canoístas na Barra no mês passado", disse Liliane Lodi, coordenadora de monitoramento de baleias e golfinhos do projeto Ilhas do Rio.
No último domingo, na Praia da Barra, o kitesurfista Giovani Mancuso flagrou os saltos de uma desinibida jubarte: "Eu surfo ali há 20 anos. Já vi pinguim, tartaruga, tubarão. Baleia, foi a primeira vez", relatou.
Segundo ele, o cetáceo mamífero marinho não estava tão próximo da orla quanto pode parecer no vídeo. "As imagens foram feitas com zoom 25x. Mas havia um pessoal de caiaque remando relativamente próximo, e na direção dela", contou.
Embora no vídeo apareçam dois saltos, ele disse que sua mulher contou ter visto pelo menos oito. Na manhã do último dia 17, sete canoístas tiveram uma surpresa quando navegavam pelo litoral, também na altura da Barra da Tijuca. Uma baleia jubarte se aproximou e deu dois saltos diante do grupo, que compartilhou o vídeo de uma das piruetas na internet.
Enquanto um passeio de canoagem levava sete pessoas pelas águas da Laje do Gardenal, no litoral da Barra da Tijuca , Leo Lorang, que comandava o leme da embarcação, fez uma pausa para o registro da paisagem. O canoísta de 42 anos já havia presenciado naquele ponto demonstrações de bichos aquáticos exuberantes, como golfinhos e tartarugas.
"Foi radiante. Ela sabia que a gente estava ali. Já vi baleias várias vezes, mas nunca tão de perto como ontem. Ela estava, no máximo, a 5 metros de distância da gente. Mas nadava bem suave e não nos colocou em risco em nenhum momento. A canoa ficou toda molhada na hora dos saltos. Parecia ser filhote", conta Lorang, sócio do clube de canoagem Quebra-mar Canoa e Clube.
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Presentes em todos os oceanos do planeta, as baleias jubarte são frequentes no litoral brasileiro entre os meses de julho e novembro, quando aproveitam as águas quentes dos trópicos para se reproduzir e amamentar filhotes. Localizada entre o norte do Espírito Santo e o Sul da Bahia, a região de Abrolhos é o principal destino dos animais da espécie nessa época do ano.
Até a década de 1970, a caça de baleias jubartes era corrente no litoral brasileiro. Isso causou a queda no número de exemplares, que chegou a menos de 1000 há cerca de 50 anos. Com as ações de recuperação realizadas por ambientalistas, o animal saiu da lista das espécies de extinção.