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Reprodução/The Ocean Cleanup
O grande sistema que pretende reduzir pela metade a poluição no Pacífico foi colocado no mar neste sábado

O jovem holandês Boyan Slat, de apenas 23 anos, desenvolveu o primeiro sistema de limpeza de plásticos no oceano, que foi colocado na baía de São Francisco, nos Estados Unidos, no último sábado (8). De acordo com a revista Time , a barreira de mais de 600 metros se chama System 001 e pode reduzir pela metade a quantidade de poluição nos mares até 2025.

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Após cinco anos e meio de trabalho, a ‘serpente gigante’ foi lançada sob a ponte Golden Gate rumo à Grande Porção de Lixo do Pacífico. A área possui uma quantidade de poluição correspondente ao dobro do tamanho do estado do Texas e se estende desde a Califórnia até o Havaí.

O plano é reduzir a quantidade de plásticos pela metade em sete anos, com uma matriz de 60 sistemas. “Espero que essa seja a virada de que precisamos para o problema do plástico”, Slat explicou à revista americana. “Por 60 anos, isso só tem ficado cada vez pior. Agora, com esperança, vamos mudar essa maré”.

Ele começou a pensar em formas de salvar os oceanos quando tinha apenas 16 anos, durante uma viagem para a Grécia, onde, ao mergulhar, conseguiu ver mais sacolas de plástico do que peixes. Assim foi iniciada sua jornada para construir uma enorme barreira, que conseguisse coletar o lixo com apenas a força das correntes marítimas.

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Histórico do sistema de limpeza da poluição dos mares

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Reprodução/The Ocean Cleanup
Testes do sistema que promete reduzir a poluição de plásticos nos oceanos pela metade em sete anos

Com 18 anos, ele fundou sua empresa, a The Ocean Cleanup, que logo se tornou famosa com o protótipo do System 001. A ideia inicial propunha uma rígida e grande barreira circundando um tanque central para a coleta de plástico, que se transformou em um sistema modular que se move com as correntes e, assim, naturalmente, chega até os locais com a maior concentração de lixo .

Olhando de cima, o sistema se parece com um enorme cano sobre o mar, contudo, existe uma grande “saia”, de mais de três metros de profundidade, que mergulhada no oceano consegue capturar todo o lixo. Ela, inclusive, é muito mais sólida do que uma rede de pesca comum, o que garantirá que a vida animal não vai ser prejudicada pela passagem da ‘serpente gigante’.

O projeto já recebeu milhões de dólares de doações, muito motivadas pelos movimentos que denunciam a grande quantidade de plástico nos mares – de acordo com a ONU, mais de oito milhões de toneladas deste lixo entram nos oceanos todos os anos.

Slat reforçou que é preciso tanto mudar nossos hábitos de consumo quanto encontrar soluções para os plásticos que já estão no meio ambiente. “As manchas de lixo não vão simplesmente desaparecer. Mesmo se estivéssemos próximos de ‘fechar a torneira’ hoje, o plástico ainda estaria por aqui em 100 anos”.

Assim, ele define seu processo como uma ‘corrida contra o tempo’ porque o plástico, gradualmente, se quebra em pequenas partes chamadas microplásticos. Eles podem inclusive entrar na cadeia alimentar e, hoje em dia, 8% de todo os plásticos do Pacífico é composto por eles. Ao longo do tempo, todos os outros 92% de lixo também se transformarão, “então quanto mais cedo retirarmos tudo [do mar], melhor”, explicou.

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O jovem, contudo, não estava na embarcação contra a  poluição assim que ela partiu. “Não sou um homem do oceano”, disse ao declarar que passa muito mal quando está em alto mar.

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