Um golfinho, 46 pinguins e centenas de peixes e répteis foram abandonados no Inubosaki Marine Park, em Choshi, após o fechamento do aquário no Japão. De acordo com o portal Japan Times , os animais estão sem assistência oficial desde janeiro, o que motivou uma série de protestos nesta semana.
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O aquário no Japão foi fechado no começo do ano depois da queda no número de visitantes, o que vinha acontecendo desde o terremoto e a crise nuclear que afetaram o país em 2011. Alguns dos animais do local não foram transferidos e permanecem nas instalações até hoje, sendo alimentados por antigos funcionários.
Contudo, imagens tiradas por ativistas entre março e agosto revelaram que a golfinho fêmea, chamada Honey, está em uma pequena piscina, enquanto os pinguins, sujos, podem ser vistos amontoados em uma estrutura precária próxima a uma pilha de detritos.
O caso ganhou notoriedade pelos protestos , que pedem pelo resgate dos animais, e também pela popularidade de Honey. Ela foi capturada em 2005 na região de Taiji, um porto conhecido por sua caça anual de golfinhos, que teve sua história retratada no documentário “The Cove”, que ganhou o Oscar de melhor documentário em 2009.
Depois do lançamento do filme, a prática dos aquários japoneses de comprar golfinhos de Taiji começou a ser questionada pela população. A caça consiste em atrair os mamíferos para a enseada e capturá-los, sendo que, enquanto alguns são levados vivos para parques aquáticos, outros são mortos para a venda de carne.
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Maus-tratos aos animais no aquário no Japão
A Associação Japonesa de Zoológicos de Aquários parou de comprar tais animais de Taiji desde então, mas casos de maus-tratos continuaram a acontecer, como ocorre com a situação de Honey, abandonada no aquário.
“Honey é um símbolo tanto do problema dos parques marinhos quanto das práticas de caça de Taiji”, explicou Akiko Mitsunobu, chefe do departamento de aquários do Centro dos Direitos Animais do Japão. “Quando nós tentamos checar as instalações, ela apresentou sinais de estresse, movendo sua cabeça para dentro e fora da água”.
Tanto a administração pública da cidade quando ONGs não conseguiram contato com os responsáveis pelo aquário. “Como um grupo que lida com animais, eles têm a responsabilidade de explicar o que pretendem fazer com Honey e os outros bichos”, disse Sachiko Azuma, representante do grupo Peace (Acabe com a Crueldade Animal e Exploração).
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Além das manifestações, o caso do aquário no Japão também foi muito discutido nas redes sociais, com a postagem de imagens com a legenda “Save Honey”, no Twitter. Um hotel, inclusive, demonstrou interesse em abrigar os animais. “Eu imploro às autoridades que se comuniquem e resolvam tudo isso”, escreveu um internauta.