Cerca de 95% da população mundial de lêmures está à beira da extinção, conforme a União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN) anunciou na quarta-feira (1º). De acordo com o portal de notícias científicas Phys , as novas estatísticas mostram que tais animais são os primatas mais ameaçados do planeta.
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Na primeira atualização sobre a população de lêmures desde 2012, o relatório apresentado mostra que de 111 espécies e subespécies, 105 estão ameaçadas. “Esta é, sem dúvidas, a maior porcentagem de ameaça para um grande grupo de mamíferos e para qualquer grupo de vertebrados”, aponta Russ Mittermeier, da comissão de sobrevivência de espécies da IUCN.
Tais primatas, que são conhecidos por suas longas caudas e focinhos proeminentes, são encontrados apenas na ilha de Madagascar, onde o desmatamento das florestas, extração de madeira, mineração e agricultura ilegal contribuíram para aumentar o risco de extinção dos animais. A espécie mais ameaçada é a do lêmure esportivo do norte, que conta com uma população de apenas 50 indivíduos.
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Atenção para a caça indiscriminada de lêmures em Madagascar
A União Internacional pela Conservação da Natureza também apontou os crescentes números de primatas caçados como uma das maiores preocupações dos especialistas, já que os animais começaram a ser capturados para comercialização em larga escala.
“A caça é algo diferente de tudo o que já foi visto antes na ilha”, declarou Christoph Schwitzer, que atua como o diretor de conservação da Sociedade Zoológica de Bristol.
“Um lêmure é para a ilha de Madagascar o que um panda gigante é para a China, eles são a 'galinha dos ovos de ouro', atraindo turistas e amantes da natureza”, explicou Jonah Ratsimbazafy, do grupo de pesquisa sobre primatas GERP, sobre o destaque da natureza do país africano, conhecido por ter uma das maiores biodiversidades do mundo.
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A IUCN ainda anunciou que está prestes a lançar um plano de ação para preservar a população dos lêmures .