A última quarta-feira (1) marcou o Dia de Sobrecarga da Terra de 2018, que é quando o gasto dos recursos naturais no mundo supera a capacidade de renovação. Com isso, o planeta viverá em déficit ecológico até o final deste ano. E o Brasil é um dos grande responsáveis pelo dado preocupante. De acordo com a Global Footprint Network, responsável pela pesquisa, se o mundo desperdiçasse como o Brasil precisaríamos de 1,7 planeta Terra para suprir a demanda de recursos naturais. A preocupação com a reciclagem precisa ser discutida.

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Rafael Pacheco/ Fotos Públicas
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O primeiro Dia de Sobrecarga da Terra aconteceu no dia 29 de dezembro de 1970. Desde então, a data foi ficando cada vez mais longe do final do ano e o alerta para o valor da reciclagem fica cada vez maior. No ano passado, o dia 3 de agosto marcou o acontecimento.

De acordo com a ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), o Brasil desperdiça 20 milhões de toneladas por ano de recursos que poderiam ser recuperados com a reciclagem dos resíduos sólidos urbanos. "Se todo o volume de materiais desperdiçados tivesse uma gestão adequada, com prioridade para a recuperação dos materiais descartados como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os recursos naturais da Terra teriam tempo de vida útil maior, contribuindo para o não esgotamento dos ecossistemas, que hoje são consumidos à exaustão e de maneira muito acelerada", diz Carlos Silva Filho, diretor presidente da associação.

Ainda segundo a instituição, 70% das cidades brasileiras encaminham anualmente 30 milhões de toneladas de lixo para unidades inaquedadas e o custo para os cofres públicos é de R$ 3,6 bilhões. 

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A instituição acredita que a implementação de um tratamento próprio pode ser positivo para o economia e o meio ambiente. “A recuperação dos resíduos desperdiçados nos lixões e aterros controlados tem potencial para movimentar mais de R$ 3 bilhões por ano e gerar empregos para milhares de pessoas, basta que as disposições da Política Nacional de Resíduos Sólidos sejam colocadas em prática, fazendo a transição do atual sistema linear de gestão de resíduos para um modelo de economia circular, com pleno aproveitamento dos materiais e recursos, e ganhos para todos", explica Silva Filho.

A ABRELPE

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Divulgação
Presidente da ABRELPE, Carlos Silva Filho

Criada em 1976, a ABRELPE é uma associação civil sem fins lucrativos, que representa as empresas que atuam nos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Sua atuação é guiada pelos princípios da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável e seu objetivo principal é promover o crescimento técnico-operacional do setor de resíduos sólidos no Brasil.

A ABRELPE desenvolve parcerias com poder público, iniciativa privada e instituições acadêmicas e, por meio de estudos, campanhas, eventos e premiações, busca conscientizar a sociedade para a correta gestão dos resíduos.

No contexto internacional, a ABRELPE é a representante no Brasil da ISWA – International Solid Waste Association e sede da Secretaria Regional para a América do Sul da IPLA (Parceria Internacional para desenvolvimento dos serviços de gestão de resíduos junto a autoridades locais), um programa reconhecido e mantido pela ONU através da UNCRD - Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Regional.

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Além disso, a ABRELPE é integrante da Iniciativa para os Resíduos Sólidos Municipais da CCAC (em inglês, Climate and Clean Air Coalition), uma parceria internacional para o meio ambiente que atua em diversas frentes para redução de poluentes, como a reciclagem e no combate às mudanças climáticas.

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