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Imagem da Nasa mostra as rotas do CO2 ao redor do planeta; concentração bateu recorde no ano passado

A concentração de dióxido de carbono (CO2) está aumentando e bateu recorde no ano passado, atingindo o maior número já visto em mais de três milhões de anos, alertou a Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira (30).

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O novo estudo traz um alerta de cientistas e apela para que todas as nações do mundo se unam para reduzir drasticamente as emissões de CO2 , ainda levantando a possibilidade de regras ainda mais rígidas nas próximas negociações climáticas em Bonn.

“A média de concentração de dióxido de carbono global, no ano passado, atingiu 403,3 partes por milhão (ppm), muito acima das 400 ppm em 2015, devido à combinação de atividades humanas e ao forte do El Niño”, segundo o Boletim de Gases de Efeito Estufa, o ano anual da agência meteorológica da ONU.

A aceleração dos números ocorre apesar de uma freada – e talvez até um estancamento das emissões. Contudo, o El Niño intensificou as secas e enfraqueceu a capacidade da vegetação de absorver o dióxido de carbono; o que é bastante preocupante, afinal, à medida que o planeta aquece, espera-se que o evento se torne cada vez mais frequente.

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Ainda pelo relatório, o aumento de 3,3 ppm é consideravelmente mais alto do que o salto de 2,3 ppm nos 12 meses anteriores, e com a média de crescimento anual de 2,08 ppm. Além disso, o último grande El Niño , em 1998, registrou aumento de 2,7 ppm (número menor do que o de 2016).

O estudo monitora navios, aviões e estações terrestres para acompanhar as tendências de emissão desde 1750, revelando que o dióxido de carbono está, agora, aumentando 100 vezes mais rápido do que no fim da última era do Gelo – graças ao aumento populacional, às atividades agropecuárias, ao desmatamento florestal e à industrialização.

A última vez que a Terra experimentou evento similar ao visto agora, em relação ao dióxido de carbono na atmosfera , foi durante o Plioceno (última época do antigo período Terciário da era Cenozoica. Está compreendido entre há cerca de cinco e dois milhões de anos), quando o nível do mar estava 20 metros mais alto do que agora.

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Os autores do estudo divulgado hoje pedem aos governantes para que intensifiquem as contramedidas que reduzam o risco de aquecimento global. “Sem cortes rápidos no CO2 e outras emissões de gases do efeito estufa , teremos aumentos de temperatura perigosos no final deste século, bem acima do objetivo estabelecido pelo acordo de mudança climática de Paris”, elucidou o chefe da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, em comunicado.

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