Fios de cabelo analisados por cientistas foram encontrados em caverna na Espanha
Divulgação/Scientific Reports
Fios de cabelo analisados por cientistas foram encontrados em caverna na Espanha

Um estudo divulgado nesta quinta-feira (6) aponta que humanos já estavam usando drogas alucinógenas há aproximadamente 3 mil anos. As evidências foram coletadas em uma caverna localizada na Espanha. 

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Nature , e revelam que as substâncias utilizadas pelos humanos eram provenientes de plantas. 

O grupo de cientistas liderado por Elisa Guerra, da Universidade de Valladolid, encontrou amostras de três substâncias conhecidas como alcaloides em fios de cabelo. Duas delas, a atropina e a escopolamina causam delírios e alucinações.

A outra, a efedrina, é um estimulante que pode aumentar a excitação, o estado de alerta e a disposição para a realização de atividades físicas.

“Curiosamente, as substâncias psicoativas detectadas neste estudo não são adequadas para aliviar a dor envolvida em condições paleopatológicas graves atestadas na população enterrada na caverna de Es Carritx, como abscessos periapicais, cáries graves e artropatias", informaram os estudiosos no artigo.

“Considerando o potencial tóxico dos alcaloides encontrados no cabelo, seu manuseio, uso e aplicações representavam conhecimento altamente especializado. Esse conhecimento era normalmente possuído pelos xamãs, que eram capazes de controlar os efeitos colaterais das drogas vegetais por meio de um êxtase que tornava possível o diagnóstico ou a adivinhação”, complementaram.

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Os pesquisadores acreditam que os alucinógenos eram usando durante cerimônias ritualísticas no final da Idade de Bronze, na caverna de Es Càrritx, na ilha espanhola de Menorca. O local onde foram encontrados os fios de cabelo abrigavam um cemitério. 

O texto publicado na revista científica ressaltou ainda que os fios coletados possuíam até 13 centímetros de comprimento, e que enrontrar amostras do tipo bem preservadas é extremamente raro. 

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