Diante da divulgação das primeiras imagens feitas pelo telescópio James Webb no espaço, astrônomos de diversos países voltaram a pedir para que a Nasa altere o nome do instrumento.
Isso porque há alegações de que o ex-administrador da Nasa e subsecretário de Estado dos EUA que dá nome ao telescópio foi cúmplice da perseguição contra a comunidade LGBTQIA+ no país nas décadas de 1950 e 1960.
A perseguição ficou conhecida como Lavender Scare, e na ocasião houve uma demissão em massa de pessoas LGBTQIA+ que trabalhavam no governo norte-americano em meados do século 20.
Uma petição foi criada e assinada por mais de 1.700 pessoas da comunidade astronômica para que o telescópio seja renomeado.
"Nós exigimos que o telescópio espacial de próxima geração da NASA, o Telescópio Espacial James Webb (JWST), seja renomeado. Esta nova missão reflete o arco-íris de universos possíveis que nossa comunidade imagina, sonha e trabalha, e seu nome deve refletir seu legado futuro", afirmam as pessoas que assinaram o documento
.
Em sua conta oficial do Twitter, Chanda Prescod-Weinstein, professora de física da Universidade de New Hampshire e uma das quatro pesquisadoras que lideram a petição de renomeação, afirmou que nutre um duplo sentimento com a utilização do telescópio James Webb.
"Como uma das pessoas que lidera o esforço para mudar o nome, hoje parece agridoce. Estou tão animada com as novas imagens e tão irritada com a sede da NASA", ressaltou.
Em setembro de 2021, a Nasa se posicionou contrária à mudança do nome do instrumento espacial. A agência afirmou que não havia encontrado evidências que jutificassem a renomeação do telescópio.
Phil Plait, renomado astrônomo e escritor norte-americano, escreveu no Twitter que, apesar da importância do instrumento que custou 10 bilhões de dólares para ser construído, ele carrega uma marca negativa.
"O observatório produzirá ciência incrível e imagens deslumbrantes, certamente iguais a tudo o que o Hubble já fez. Mas tem o nome de alguém irrevogavelmente ligado ao fanatismo e à homofobia e, além disso, a NASA errou na maneira como lidou com a situação", afirmou.
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