O meteoro mais longo da chuva de meteoros Tau Herculids, registrado na madrugada desta terça-feira (31)
Divulgação: Bate Papo Astronômico / BRAMON
O meteoro mais longo da chuva de meteoros Tau Herculids, registrado na madrugada desta terça-feira (31)

A chuva de meteoros Tau Herculids, que ocorreu na madrugada desta terça-feira (31) e foi visível sobretudo no Hemisfério Norte, foi bem menos intensa do que estimavam alguns astrônomos. As pesquisas mais otimistas sugeriam que poderiam ser registrados até 100 mil rastros luminosos no céu a cada hora, em condições ideais de observação . Por outro lado, especialistas da área alertavam também que tudo poderia acontecer — inclusive, nada.

"Pelo menos aqui no Hemisfério Sul, [o fenômeno] foi bem abaixo do esperado", afirma o astrônomo Fabrício Colvero, idealizador do projeto Bate Papo Astronômico. "Nós, que atuamos na área, sabíamos que poderiam ocorrer todos os cenários possíveis, mas a expectativa era um pouco maior."

Segundo Colvero, é difícil saber com exatidão o número de meteoros registrados no céu a cada hora, uma vez que a maioria das estações não contam com câmeras instaladas em todas as direções. Mas, na estação do Bate-Papo Astronômico, que dispõe de duas câmeras, foram detectados pouco mais de 70 meteoros durante toda a noite (entre 18h de segunda e 7h de terça-feira), o que equivale a cerca de 10 a 15 meteoros por hora. 

Na imagem abaixo, é possível visualizar um mosaico com todos os registros da noite flagrados pelas câmeras da estação do Bate Papo Astronômico. Os pontos que formam um círculo na imagem são a trilha do movimento das estrelas ao longo da noite.

Mosaico com todas os registros da noite flagrados pelas câmeras da estação do Bate Papo Astronômico
Divulgação: Bate Papo Astronômico / BRAMON
Mosaico com todas os registros da noite flagrados pelas câmeras da estação do Bate Papo Astronômico

A Tau Herculids ocorre todos os anos, entre os dias 19 de maio e 19 de junho, e é considerada uma chuva fraca, daquelas que não merecem muito destaque em relação às demais. Mas, neste ano, a expectativa era de que a Terra fosse passar em cheio pelos destroços do cometa 73P/Schmassmann-Wachmann 3, astro causador da chuva, que sofreu uma grande explosão em setembro de 1995. Por esse motivo, acreditava-se que poderia haver uma "atividade meteorológica elevada ou até mesmo uma tempestade". 

"O 73P sofreu uma grande explosão em setembro de 1995 e passou por uma série de eventos de desintegração desde então", escreveram Quanzhi Ye, Jérémie Vaubaillon e Josselin Desmars, autores de um artigo publicado na última quinta-feira (26) .

"Investigações independentes [de diversos astrônomos] mostram que o material ejetado de 1995 passará pela Terra por apenas 0,0004 au [unidade de medida astronômica dada pela distância média da Terra até o Sol] em 31 de maio de 2022, o que pode trazer atividade meteorológica elevada ou até mesmo uma tempestade."

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