A chuva de meteoros que ocorre na madrugada desta terça-feira (31) pode encher o céu com até 100 mil "estrelas cadentes", em condições ideais de observação, apontam pesquisas. O fenômeno, conhecido como Tau Herculids, será mais visível do Hemisfério Norte, mas também poderá ser contemplado do Brasil, ainda que com menor intensidade.
Segundo o astrônomo Cássio Barbosa, do Centro Universitário FEI, a Tau Herculids ocorre todos os anos, e é considerada uma chuva fraca, daquelas que não merecem muito destaque em relação às demais. Neste ano, porém, astrônomos estimam que tudo será diferente. Um estudo publicado na última quinta-feira (26) aponta que a Terra pode passar em cheio pelos destroços do cometa 73P/Schmassmann-Wachmann 3, que sofreu uma grande explosão em setembro de 1995. O astro é o que dá origem a Tau Herculids.
"O 73P sofreu uma grande explosão em setembro de 1995 e passou por uma série de eventos de desintegração desde então", escreveram os autores. "Investigações independentes [de diversos astrônomos] mostram que o material ejetado de 1995 passará pela Terra por apenas 0,0004 au [unidade de medida astronômica dada pela distância média da Terra até o Sol] em 31 de maio de 2022, o que pode trazer atividade meteorológica elevada ou até mesmo uma tempestade."
Para aproveitar o melhor do fenômeno, a orientação, de acordo com Barbosa, é deslocar-se para um local afastado das luzes da cidade, como um sítio ou uma chácara, uma vez que toda e qualquer luminosidade ofusca o brilho dos meteoros; reclinar-se no chão ou em uma cadeira de praia, para obter o maior campo de visão possível; e olhar para o céu em todas as direções. Aos olhos do observador, os meteoros parecerão se cruzar na Constelação de Hércules — daí o nome Tau Herculids —, mas os rastros luminosos poderão ser vistos de qualquer lugar do céu.
"O melhor horário para observar o fenômeno será a partir das 2h da manhã, quando a Constelação de Hércules estiver mais alta no céu e visível para nós, do Brasil", afirma o professor da FEI.
"Não é necessário o uso de nenhum equipamento específico, como um telescópio ou uma luneta. Na realidade, só é possível observar uma chuva de meteoros a olho nu, pois os meteoros são dispersos entre si e passam muito rapidamente", completa.
Barbosa ressalta que como essa será a primeira passagem da Terra por essa trilha de detritos, é difícil prever a intensidade da chuva da madrugada desta terça-feira, bem como se o fenômeno, de fato, irá ocorrer. Tudo pode acontecer — inclusive, nada. Mas, se o evento ocorrer da forma como esperam alguns astrônomos, será algo realmente deslumbrante, e diferente de tudo já visto antes.
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