A agência espacial norte-americana (Nasa) lançou nesta quarta-feira uma nave espacial para testar o primeiro sistema de defesa planetário do mundo. O objetivo é verificar a tecnologia que poderia um dia desviar um asteroide perigoso de colidir com a Terra.
O foguete Falcon 9, da SpaceX, do multibilionário Elon Musk, carrega a espaçonave Dart e decolou por volta das 3h20 desta madrugada da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia. A decolagem foi exibida ao vivo na TV Nasa e na conta do Twitter da SpaceX. Veja o vídeo:
A espaçonave vai se chocar com um objeto espacial chamado Dimorphos para ver o quanto sua velocidade e caminho podem ser alterados. Se um pedaço de detritos cósmicos com centenas de metros de largura colidisse com o planeta, poderia desencadear uma devastação em todo o continente.
"O Dart mudará apenas um pouquinho o período de órbita de Dimorphos. E realmente isso é tudo o que é necessário no caso de um asteróide ser descoberto com bastante antecedência", disse Kelly Fast, do departamento de coordenação de defesa planetária da Nasa.
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A missão Dart vai custar US$ 325 milhões e terá como alvo um par de asteoides que orbitam um ao outro - conhecido como binário. O maior dos dois objetos, chamado Didymos, mede cerca de 780m de diâmetro, enquanto o menor - Dimorphos - tem cerca de 160m de largura.
Após deixar a ação da gravidade da Terra, o Dart seguirá sua própria órbita ao redor do Sol. A previsão é que ele intercepte o binário em setembro de 2022.
A missão deverá colidir com Dimorphos a uma velocidade de cerca de 6,6 km/s. Isso deve alterar a velocidade do objeto em uma fração de milímetro por segundo - alterando sua órbita ao redor de Didymos. Apesar de ser uma mudança pequena, pode ser suficiente para desviar um objeto da rota de colisão com a Terra.
Mesmo que a missão não seja bem-sucedida, não há risco de choque com a Terra. Em contrapartida, caso realizada com êxito, poderia provocar a primeira chuva de meteoros criada artificialmente pelo homem.
A equipe por trás do Dart escolheu o sistema Didymos porque sua proximidade relativa à Terra e a configuração de asteroides duplos o tornam ideal para observar os resultados do impacto.