Um grupo de filhotes de rato foi produzido com amostras de sêmen “espacial” armazenado na Estação Espacial Internacional (ISS), como parte de um experimento científico da Universidade de Yamanashi, no Japão. O estudo buscou medir o volume de radiação e o impacto que ela causa no DNA após exposições prolongadas no espaço.
Os filhotes são fruto de esperma congelado e armazenado na ISS por diversos períodos de tempo, enviado de volta à Terra para avaliação dos impactos da exposição na fertilidade dos mamíferos.
Uma vez que não foram constatados problemas de qualquer tipo, o material genético foi usado na inseminação de uma roedora, que pouco tempo depois deu à luz filhotes perfeitamente saudáveis.
A radiação é uma preocupação constante para agências espaciais de todo o mundo. Como a Nasa e outras entidades do gênero enviam astronautas ao espaço por longos períodos de tempo, a exposição à radiação poderia, segundo diversos estudos, causar danos permanentes no DNA dos viajantes.
Pense em quando você “toma sol” sem protetor solar – o risco de desenvolver câncer de pele aumenta. Agora, imagine o mesmo processo no espaço, somente com o traje de astronauta lhe protegendo da incidência direta da radiação solar.
É aqui que entram os pequenos roedores: pelo fato de que seu organismo é similar ao nosso, os ratos são comumente usados em testes para modelar os impactos da radiação do espaço no organismo humano. Originalmente, pensava-se que a exposição à ela traria mutações bem evidentes, o que não se comprovou.
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No início do estudo, cientistas congelaram o sêmem de 12 ratos de laboratório, enviando o material ao espaço e recolhendo-os em períodos específicos de tempo: a primeira leva foi recolhida de volta após nove meses na ISS; a segunda, após dois anos e nove meses e, finalmente, a terceira leva voltou para nós após cinco anos e 10 meses.
Por meio de um processo de sequenciamento de RNA, os cientistas por trás do estudo avaliaram potenciais danos ao DNA dos roedores e, constatando que eles seguiam em condições normais, prosseguiram com o processo de fecundação. Após a mãe dar-lhes a luz, foi constatado que os filhotes não apresentavam nenhum tipo de mutação ou diferença de contrapartes criadas aqui.
O paper com as descobertas detalhadas foi publicado na Science Advances.