Fóssil de planta descoberto na África do Sul tem cerca de 400 milhões de anos
Foto: Univeristé de Liège
Fóssil de planta descoberto na África do Sul tem cerca de 400 milhões de anos

Finalmente analisados, fósseis de plantas descobertos em 2015 na África do Sul, são comprovadamente as amostras mais antigas da flora do continete africano já registradas. Com 400 milhões de anos, eles foram encontrados na Formação Baviaanskloof e estão descritos em uma pesquisa publicada na última sexta-feira (4), no jornal acadêmico Scientific Reports. 

No total, os pesquisadores identificaram fósseis de quinze espécies de plantas que datam do período geológico Devoniano Inferior, ocorrido entre 420 e 410 milhões de anos atrás, na era Paleozoica. Elas revelam a transformação que ocorrida na época, quando novas espécies começaram a surgir em continentes vazios em diversidade de vegetação.

"A descoberta rapidamente provou ser extraordinária, já que estamos na presença da flora fóssil mais antiga da África e é muito diversificada e de qualidade excepcional”, comenta Cyrille Prestianni, paleontólogo coautor do estudo, em comunicado.

Das quinze espécies encontradas, três são novas para a ciência. “Esta flora é também particularmente interessante pela quantidade de exemplares completos que se descobriram”, conta Prestianni.

Fósseis de plantas encontrados na Formação Baviaanskloof, na África do Sul
Foto: Robert W. Gess et.al/ Scientific Reports
Fósseis de plantas encontrados na Formação Baviaanskloof, na África do Sul

De acordo com o especialista, as plantas fossilizadas são muito pequenas, sendo que os maiores exemplares têm tamanho que não ultrapassa nem se quer 10 centímetros de altura. “São plantas simples, constituídas por receptáculos [parte inicial das flores] que se dividem duas ou três vezes e terminam em estruturas reprodutivas chamadas esporângios”, explica o pesquisador.

Por mais simples que essas plantas sejam, elas são uma parte crucial da história da vida na Terra, pois estiveram em ambientes que sustentaram os primeiros animais terrestres, os artrópodes. Assim, serviram de base para o surgimento de vegetações mais diversificadas, como florestas tropicais e até mesmo tundras áridas.

Os autores do estudo trabalham na Rhodes University, da África do Sul, e na Universidade de Liège, na Bélgica. Os pesquisadores ainda estão investigando a grande quantidade de amostras e acreditam que algumas possam pertencer a espécies desconhecidas. O gênero mais comum entre as plantas identificadas até agora é Cooksonia.

“Cooksonia, que constitui um dos principais componentes da flora de Baviaanskloof, é um gênero muito difundido. Até agora, só foi encontrado em depósitos que vão do período Siluriano ao Lochkoviano, mas nunca em horizontes mais jovens”, escreveram os estudiosos, na pesquisa.

A iniciativa foi feita em colaboração com o Museu de Ciências Naturais da Bélgica e com o museu sul-africano New Albany Museum. 

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