Teste da Florida Atlantic University com faceshield
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Teste da Florida Atlantic University com faceshield

Uma série de experimentos conduzidos a pedido do Instituto Americano de Física demonstraram visualmente que dois tipos específicos de equipamentos de proteção individual, máscaras com válvulas de respiração e escudos faciais, têm pouca eficácia e podem provocar a ilusão de uma segurança que não existe.

Os trabalhos, nos quais físicos da Universidade Atlântica da Flórida, usaram um preparado líquido artificial e iluminação a laser para enxergar a dispersão de gotículas de saliva e secreção nasal. Simulações mostraram que a mascara com válvula de respiração não contém a saída de material infectante (apenas a entrada, em parte) e que os perdigotos em suspensão são capazes de contornar escudos faciais rapidamente, expondo terceiros ao material exalado por quem usa o material.

O estudo acaba de ser publicado na revista Physics of Fluids. No laboratório, pesquisadores utilizaram uma mistura de água destilada e glicerina para gerar uma névoa sintética, imitando um jato de tosse. Eles visualizaram a quantidade de gotículas expelidas da boca de um manequim ao simular um espirro ou um tosse, primeiro usando um protetor facial de plástico e também uma máscara N95 com uma válvula.

Os resultados do estudo mostram que, embora os protetores faciais bloqueiem o movimento inicial do jato, as gotículas expelidas se movem ao redor do visor com relativa facilidade e se espalham por uma grande área. Já no uso da máscara com válvula, a pesquisa indicou que um grande número de gotas passava pela válvula sem filtrar, o que reduz significativamente sua eficácia.

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O estudo foi coordenado por Manhar Dhanak, que foi co-autor com Siddhartha Verma, autor principal e professor assistente e John Frankenfeld, um profissional técnico, todos do Departamento de Engenharia Oceânica e Mecânica da FAU.

"Com o tempo, essas gotículas podem se dispersar em uma ampla área nas direções lateral e longitudinal, embora com diminuição da concentração" disse no estudo Dhanak, o que significaria que, apesar de eficazes para diminuir a quantidade de vírus circulando no ambiente, alertando para que as pessoas não substituam as versões de pano, ou as cirúrgias tradicionais:

“Há uma tendência cada vez maior de as pessoas substituírem o pano comum ou máscaras cirúrgicas por protetores faciais de plástico transparente, bem como usar máscaras equipadas com válvulas”, disse Verma.

"Um fator determinante para isso é o melhor conforto em comparação com as máscaras normais. No entanto, os protetores faciais têm lacunas perceptíveis na parte inferior e nas laterais, e as máscaras com portas de expiração incluem uma válvula unidirecional que restringe o fluxo de ar ao inspirar, mas permite saída de ar livre. O ar inalado é filtrado pelo material da máscara, mas o ar exalado passa pela válvula sem filtro", conclui o especialista.

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