Pesquisadores da Fiocruz buscam vacina para combater o novo coronavírus (Sars-Cov-2)
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Pesquisadores da Fiocruz buscam vacina para combater o novo coronavírus (Sars-Cov-2)

Se os Estados Unidos decolaram rumo a um imunizante contra o Covid-19, o Brasil está atrasado e precisa de dinheiro em seus laboratórios de pesquisa, além de parcerias internacionais para garantir que a população brasileira será vacinada quando o imunizante estiver pronto.

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Caso contrário, a proteção contra o novo coronavírus (Sars-Cov-2) seguirá o mesmo caminho de respiradores e testes de diagnóstico, ambos em falta, e deixará a população brasileira ainda mais vulnerável ao vírus.

"O fato é que o mundo está investindo muito em vacinas e estamos atrasados. Teremos que colar nesses grandes grupos internacionais se quisermos ter acesso a essas vacinas logo após sua aprovação. São projetos de bilhões de dólares e não temos nem uma fração desse dinheiro. Por isso, precisamos de colaboração e investimento que nos tornem parceiros atraentes", destaca Akira Homma, de Bio-Manguinhos/Fiocruz.

A vacina da Moderna faz parte da operação lançada neste mês pelo presidente americano Donald Trump  para acelerar o desenvolvimento de imunizantes e ter uma cura pronta até o fim deste ano. Testes que levariam 10 anos são feitos em meses, com muito custo e incerteza. Só no projeto da Moderna, os EUA colocaram US$ 580 milhões.

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E Trump já deixou claro que vai assegurar que os EUA tenham pelo menos 300 milhões de doses. É cedo para saber se a vacina da Moderna irá adiante ou se a melhor opção será uma das outras em desenvolvimento. Ou, ainda, a combinação de algumas delas.

Obstáculos como falta de laboratórios específicos

Porém, mais incerto ainda é o acesso dos países não desenvolvedores a essas vacinas. O Brasil desenvolve alguns imunizantes, a exemplo de projetos de Bio-Manguinhos/Fiocruz e da USP, mas está muito atrás de grandes laboratórios e de países como a China.

A Fiocruz, segundo Homma, negocia parcerias com três grandes laboratórios à frente de projetos avançados, cujos nomes ainda são mantidos em sigilo. Uma parceria com a Moderna, diz o cientista, foi cogitada, mas não avançou. Para o próprio desenvolvimento de imunizantes, o Brasil enfrenta, por exemplo, obstáculos como a falta de um laboratório de segurança para testes de animais com vacinas: "temos boa condições de produzir vacinas em grande quantidade. Mas precisamos ter a tecnologia contra o coronavírus".

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A China, um dos países com vacinas contra a Covid-19 em estágio mais avançado de desenvolvimento, busca uma parceria com Bio-Manguinhos. País de origem do coronavírus, ela está em busca agora de pessoas infectadas, uma vez que o número de chineses doentes decresceu ao ponto de não ser mais suficiente para testes em grande escala: "'emos infectados de sobra e estrutura para testes clínicos. Precisamos dessas parcerias para ter acesso à vacina".

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