Um grande marco para o projeto e uma vitória para a ciência e tecnologia do Brasil. Assim pode ser descrita a conquista alcançada pelos pesquisadores da equipe do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) nesta quinta-feira (19), quando as primeiras análises com raios-x geradas pelo Sirius, o novo acelerador de elétrons do país, foram obtidas.
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Segundo os pesquisadores, este primeiro teste, realizado a uma potência 13 mil vezes menor do que a projetada para a máquina, possibilitou a observação da chegada da luz síncrotron pela primeira vez em uma das futuras estações experimentais do Sirius
e capturar imagens do coração de um camundongo e de uma rocha carbonática.
“Essas primeiras microtomografias de rochas demonstram a funcionalidade dessa grande máquina, projetada e construída por brasileiros para colocar nossa ciência em um novo patamar. Esses primeiros testes que permitiram gerar imagens de raios-X nos dão a certeza de que o futuro será muito brilhante”, afirmou Antonio José Roque da Silva, Diretor-Geral do CNPEM e do Projeto Sirius.
Estas primeiras imagens têm a finalidade de avaliar uma série de sistemas do Sirius e guiar ajustes necessários para que a luz síncrotron atinja a qualidade exigida para a realização de experimentos científicos, muitos deles inéditos no mundo e principal objetivo do projeto .
“Estamos trabalhando em condições de testes e, mesmo assim, os raios X de alta energia produzidos pelo Sirius impressionam. Além de aumentarmos a qualidade da imagem, vamos conseguir analisar amostras de maior tamanho. Esse é um ponto importante, quando planejamos investigar rochas do pré-sal, por exemplo”, explica Nathaly Archilha, pesquisadora que lidera as primeiras análises.
Segundo o CNPEM , a equipe do Sirius tem duas frentes principais de atuação no momento. Para produzir luz síncrotron ainda mais intensa, necessária para a realização dos primeiros experimentos científicos, o feixe de elétrons no anel de armazenamento deverá ser estabilizado e ter sua carga elevada.
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Simultaneamente, estão sendo concluídas as primeiras estações de pesquisa, onde a comunidade científica poderá realizar, a partir de 2020, experimentos capazes de revelar detalhes dos mais variados materiais orgânicos e inorgânicos. Esses conhecimentos terão impactos profundos nas tecnologias usadas para a produção de alimentos, energia, medicamentos e de materiais mais eficientes e sustentáveis.