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Ao longo de sete bilhões de anos, Andrômeda 'engoliu' galáxias próximas
Reprodução/Nasa
Ao longo de sete bilhões de anos, Andrômeda 'engoliu' galáxias próximas

Andrômeda, galáxia vizinha à Via Láctea, tem sido uma grande devoradora de galáxias menores, afirma uma equipe internacional de cientistas. Segundo seu estudo, publicado nesta quarta-feira (2) na revista 'Nature', isso é perceptível por sobras encontradas em grandes correntes de estrelas.

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Segundo Dougal Mackey, pesquisador da Universidade Nacional Australiana (ANU, na sigla em inglês) que coliderou a pesquisa com Geraint Lewis, da Universidade de Sydney, foram encontrados vestígios muito fracos de galáxias menores que Andrômeda devorou ​​ainda mais cedo, talvez nas primeiras fases de sua formação, há cerca de 10 bilhões de anos.

“A Via Láctea está em rota de colisão com Andrômeda em cerca de 4 bilhões de anos, portanto, saber que tipo de monstro nossa galáxia está enfrentando é útil para descobrir seu destino final”, disse Mackey. “Andrômeda tem um halo estelar muito maior e mais complexo que a Via Láctea, o que indica que ela canibalizou muito mais galáxias, possivelmente maiores”.

    Sinais de banquetes antigos são identificáveis nas estrelas que orbitam Andrômeda. A equipe estudou densos grupos de estrelas, conhecidos como aglomerados globulares, para revelar os “horários” dessas refeições.

    “Ao rastrearmos os restos fracos dessas galáxias menores com aglomerados de estrelas incorporados, fomos capazes de recriar a maneira como Andrômeda as atraiu e finalmente as envolveu em diferentes momentos”, disse Mackey.

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    Novos mistérios

    A descoberta apresenta vários novos mistérios, com os dois ataques de alimentação galáctica vindos de direções completamente diferentes.

    “Isso é muito estranho e sugere que as refeições extragaláticas são alimentadas com o que é conhecido como a ‘teia cósmica’ da matéria que envolve o universo”, disse Lewis. “Mais surpreendente é a descoberta de que a direção da alimentação antiga é a mesma do bizarro ‘plano de satélites’, um inesperado alinhamento de galáxias anãs que orbitam Andrômeda.”

    Mackey e Lewis integravam uma equipe que havia descoberto que esses planos eram frágeis e rapidamente destruídos pela gravidade de Andrômeda em alguns bilhões de anos.

    “Isso aprofunda o mistério , já que o plano deve ser jovem, mas parece estar alinhado com a antiga alimentação de galáxias anãs. Talvez isso seja por causa da teia cósmica, mas na verdade isso é apenas especulação”, disse o professor Lewis.

    Compreensão ampliada

    Segundo Mackey, estudar Andrômeda também ampliou a compreensão sobre o modo como nossa galáxia cresceu e evoluiu ao longo de bilhões de anos.

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    “Uma das nossas principais motivações no estudo da astronomia é entender nosso lugar no universo. Uma maneira de aprender sobre a nossa galáxia é estudar outras semelhantes a ela e tentar entender como esses sistemas se formaram e evoluíram”, disse Mackey. “Às vezes, isso pode ser mais fácil do que olhar para a Via Láctea, porque vivemos dentro dela e isso pode dificultar certos tipos de observações”.

    O estudo analisou dados do Levantamento Arqueológico Pan-Andrômeda, conhecido pela sigla em inglês PAndAS. “Somos arqueólogos cósmicos, exceto que estamos escavando fósseis de galáxias mortas há muito, e não a história humana”, observou Lewis.

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