A Universidade de Northwestern, do estado de Illinois, nos Estados Unidos, pode ter capturado, pela primeira vez, o momento exato da formação de um buraco negro – ou pelo menos, de uma estrela de nêutrons. Em junho do ano passado, um objeto extremamente brilhante acendeu e apagou rapidamente no céu e, ao que tudo indica, os cientistas estão perto de descobrir o que causou o clarão.
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Com a ajuda dos telescópios gêmeos Atlas, do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí, a equipe internacional de cientistas capturou o possível nascimento do buraco negro a 200 miilhões de anos-luz da Terra – distância mais próxima já registrada – na constelação de Hércules. O objeto brilhante, chamado de supernova, foi batizado como AT2018cow, ou como é chamado informalmente, The Cow.
"Sabemos, por teoria, que buracos negros e estrelas de nêutrons se formam quando uma estrela morre, mas nunca antes os havíamos visto logo depois de nascerem. Nunca”, afirmou a líder da equipe Raffaella Margutti.
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De acordo com os cientistas, o brilho misterioso teria sido causado pelos escombros de uma estrela logo após seu colapso. Porém, o que instiga os pesquisadores é que o fenômeno emitiu uma luz entre 10 a 100 vezes mais brilhante do que uma supernova comum.
Além disso, em apenas 16 dias, o objeto já havia emitido a maior parte do seu brilho. Se for considerado que, no universo, eventos assim duram cerca de milhões - ou até bilhões – de anos, o clarão aconteceu em um ‘piscar de olhos’.
O flagra poderá ajudar os cientistas a entender melhor os fenômenos físicos que envolvem o nascimento de um buraco negro ou de uma estrela de nêutrons. “Olhando para o futuro, estamos implementando novas políticas observacionais e instrumentação telescópica que nos permitem ser tão rápidos no céu e na ciência quanto for possível.” disse John O'Meara, cientista-chefe do Observatório Keck, no Havaí.
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A pesquisa em torno da formação do buraco negro foi apresentada nesta quinta-feira (10), durante um evento da Sociedade Astronômica Americana, em Washington, nos Estados Unidos. O estudo ainda será publicado no periódico The Astrophysical Journal .