Cientistas brasileiros anunciaram a descoberta do mais antigo dinossauro de pescoço longo de que se tem notícia em todo o globo terrestre. Um estudo sobre o dinossauro brasileiro, batizado de Macrocollum itaquii , foi publicado nessa quarta-feira (21) no periódico britânico Biology Letters.
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O dinossauro brasileiro foi descrito a partir da análise de três esqueletos fossilizados escavados em rochas do município de Agudo, no interior do Rio Grande do Sul. De acordo com os responsáveis pelos estudos (pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria e da Universidade de São Paulo), o animal media cerca de 3,5 metros de comprimento, vivia em grupos e se alimentava de plantas.
O longo pescoço do animal, segundo os pesquisadores, o coloca no grupo de dinossauros que inclui os 'gigantes pescoçudos', os saurópodes, como o Brachiosaurus (aquele que visita os protagonistas de Jurassic Park quando eles dormiam no topo de uma árvore, no filme de 1993).
O Macrocollum itaquii , no entanto, não é apenas mais um dinossauro dessa classe. Ele é mais antigo do que qualquer outro dinossauro de pescoço longo já descrito, uma vez que as rochas de onde os esqueletos foram escavados têm cerca de 225 milhões de anos.
De acordo com os cientistas brasileiros , essa idade também torna o Macrocollum muito especial, pois existia uma lacuna no registro fóssil de dinossauros, com vários esqueletos de idades um pouco mais antigas e um pouco mais recentes, mas aqueles com aproximadamente 225 milhões de anos são muito raros.
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Os pesquisadores explicam que esse período é importante para a história evolutiva dos dinossauros, porque antecede o período em que os dinossauros se tornaram dominantes em quase todo o planeta. "O Macrocollum itaquii ajuda a entender como eram os dinossauros que antecederam esse momento e também quais características podem ter levado ao grande sucesso posterior do grupo", diz a UFSM, em nota.
Ao utilizar como bases fósseis de outros animais desse grupo no Rio Grande do Sul, mas de diferentes idades, os pesquisadores concluíram que durante um intervalo de oito milhões de anos, a dieta herbívora foi aprimorada no grupo, os sauropodomorfos cresceram significativamente e o pescoço tornou-se proporcionalmente duas vezes mais longo.
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Os pesquisadores responsáveis pelo estudo são o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, do Centro de Apoio a Pesquisa Paleontológica da UFSM, o professor Max Cardoso Langer, da Universidade de São Paulo, e o professor Sérgio Dias da Silva, da UFSM.
Os esqueletos do dinossauro brasileiro foram coletados no início de 2013 e passaram por um cuidadoso trabalho de preparação durante os últimos anos, com o objetivo de extraí-los da rocha em que seus restos foram preservados. Os fósseis estarão expostos para visitação no Centro de Apoio a Pesquisa Paleontológica da UFSM, em São João do Polêsine (RS).