Filhote de lobo da Era do Gelo de 50 mil anos foi achado por garimpeiros em 2016 e está em ótimo estado de conservação
Reprodução/ Governo de Yukon
Filhote de lobo da Era do Gelo de 50 mil anos foi achado por garimpeiros em 2016 e está em ótimo estado de conservação

Um mamífero mumificado da Era do Gelo que foi encontrado em Yukon, no Canadá, em 2016, foi revelado ao público em uma cerimônia na noite dessa quinta-feira (13). Segundo informações do The Guardian , um filhote de lobo de 50 mil anos foi achado por garimpeiros e estava extremamente bem conservado.

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Especialistas da Universidade de Oxford e Universidade de Edimburgo explicaram que o filhote de lobo está preservado em sua totalidade, ou seja, pele e tecidos musculares. Detalhes da cabeça, cauda ​​e patas também foram observados em ótimo estado de conservação.

"Até onde sabemos, este é o único lobo da Era do Gelo mumificado já encontrado no mundo", disse Grant Zazula, um paleontólogo local que trabalha com o governo de Yukon.

Julie Meachen, uma morfologista especializada em mamíferos desse período na Universidade de Des Moines, afirmou que um teste de DNA será realizado no fóssil, a fim de descobrir seus parentescos e observar o microbioma para a identificação de bactérias.

Causas da morte, dieta e genética do filhote de lobo serão investigadas

Cientista diz que filhote de lobo da Era do Gelo achado no Canadá foi o único da espécie encontrado em todo o mundo
Reprodução/Governo de Yukon
Cientista diz que filhote de lobo da Era do Gelo achado no Canadá foi o único da espécie encontrado em todo o mundo

Outros pesquisadores reagiram com empolgação à descoberta do antigo predador, dizendo-se animados para o início das investigações acerca de fatores como causas da morte, dieta, saúde, idade e genética do animal.

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"A análise dos ossos mostrou que esse lobo era comum em Yukon. Porém, seu estado de preservação é muito raro, o pelo está intacto, você sente vontade de acariciá-lo. É um vislumbre evocativo da Era do Gelo", comentou a paleontóloga da Universidade de Edimburgo, Elsa Panciroli.

Thomas Higham, um especialista em datação arqueológica na Universidade de Oxford, acrescentou que “os restos mortais do animal são altamente evocativos porque  permitem fazer uma conexão quase ‘cara a cara’ com criaturas históricas de milhares de anos”.

Acredita-se que o lobo tenha habitado um ambiente de tundra, ou seja, um bioma de baixa temperatura e de pouca vegetação, ao lado de outros animais, como os mamutes-lanosos. Segundo os pesquisadores, tais condições climáticas podem ser responsáveis pela ótima conservação do mamífero.

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"Um clima mais seco e árido ajuda a preservar a pele. Isso geralmente acontece quando o clima fica mais frio. O truque aqui é encontrar um meio de liofilizar a carcaça nestas condições e enterrá-la. Você precisa encontrar uma maneira de secá-la e colocá-la em um congelador. Espero que pesquisas futuras sobre esse filhote de lobo possam render mais descobertas e mostrar se ele está ou não vinculado a lobos modernos”, concluiu o paleobiologista da Universidade de Leicester, Jan Zalasiewicz.

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