Uma nova pesquisa, publicada na revista científica Icarus , defende que Plutão não deveria ter sido “rebaixado” a planeta-anão há 12 anos. De acordo com informações da CNN , o grupo de pesquisa de Philip Metzger, da Universidade da Flórida Central, discorda dos atuais protocolos de classificação de planetas e propôs uma “volta ao passado”.
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Em 2006, a União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês), responsável por nomear um planeta, atualizou suas regras para o que seria ou não classificado como um planeta. Para eles, é preciso ser um corpo celeste que orbita o Sol, em formato de esfera e atravessa uma trajetória “limpa” sem outros objetos, parte que desclassificou Plutão .
Para a IAU, o corpo celeste é pequeno demais para isso, e assim, ele deixou de ser um planeta. Contudo, nos últimos dias Metzer e sua equipe voltaram com o polêmico debate, dizendo que “esta definição diria que um planeta é supostamente definido por um conceito que ninguém usa em suas pesquisas”, como explicou.
E para chegar a essa conclusão, eles analisaram pesquisas de mais de 200 anos e encontraram apenas um estudo, do começo do século 19, que utilizou a classificação de “órbita limpa”. Além disso, o americano também pontuou que os padrões para definir os planetas mudaram em 1950, quando o astrônomo Gerard Kuiper afirmou que o essencial é como o corpo celeste será formado.
Metzger ainda disse que ser grande o suficiente para sua gravidade permitir um formato esférico também deveria ser um dos itens classificatórios. “E isso não é só uma definição arbitrária. Esse é um marco importante na evolução de um corpo planetário, porque, aparentemente, quando isso acontece, a atividade geológica também é iniciada”.
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Mais debates sobre Plutão
Este grupo, porém, não foi o primeiro a questionar a decisão. Em 2014, o Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian sugeriu o debate sobre o que é um planeta. Alguns especialistas discutiram sobre as definições e, como conclusão, votaram para classificar o então planeta-anão como um planeta.
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Além disso, a missão Novos Horizontes da Nasa, de 2015, descobriu dunas de metano sólido, montanhas cobertas por neve de metano e, possivelmente, um oceano subterrâneo em Plutão .