Astrônomos usaram telescópio ALMA, localizado no Chile e conseguiram registrar imagem detalhada de galáxia starburst
Reprodução/Observatório Nacional Astronômico do Japão
Astrônomos usaram telescópio ALMA, localizado no Chile e conseguiram registrar imagem detalhada de galáxia starburst

Astrônomos japoneses, mexicanos e norte-americanos capturaram imagem detalhada de uma galáxia do tipo " starburst" , caracterizada por ter um ritmo mais intenso de criação de estrelas do que as típicas e espirais. Segundo informações do Daily Mail , a COSMOS-AzTEC-1 está a 12,4 bilhões de anos-luz do planeta Terra e é mais antiga do que a Via Láctea.

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Estudo publicado na revista científica Nature  mostrou que essa  galáxia starburst não se trata de uma descoberta recente. Porém, agora, os pesquisadores conseguiram registrá-la com uma resolução dez vezes maior do que nas anteriores, revelando estruturas e aspectos até então eram desconhecidos por eles.

A imagem foi realizada por estudiosos da Universidade de Massachusetts Amherst e do Observatório Astronômico Nacional do Japão, por meio do telescópio ALMA, evidenciando as nuvens de moléculas dentro da starburst , que geram grandes quantidades de gás e aceleram o desenvolvimento das estrelas.

Registro de galáxia mostra distribuição e movimentação de gás

Galáxia starburst  COSMOS-AzTEC-1 é maior do que a Via Láctea e está a 12,4 bilhões de anos-luz do planeta Terra
Reprodução/Agência Espacial Europeia
Galáxia starburst COSMOS-AzTEC-1 é maior do que a Via Láctea e está a 12,4 bilhões de anos-luz do planeta Terra

Ken-ichi Tadaki, autor do estudo e pesquisador do Observatório Astronômico Nacional do Japão, explicou que há duas grandes nuvens distintas a milhares de anos-luz de distância do centro da COSMOS-AzTEC-1, o que não ocorre com galáxias distantes que ativamente formam estrelas no centro.

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Os astrônomos descobriram que essas nuvens são muito instáveis, o que é incomum. Em uma galáxia normal, por exemplo, a gravidade  'empurrada' para dentro e a pressão 'empurrada' para fora são equilibradas nas nuvens de gás. Com isso, quando a gravidade supera essa pressão, a nuvem entra em colapso e forma estrelas em um ritmo descontrolado.

Em relação às estrelas e explosões de supernova no final do ciclo de vida, os gases são expelidos, o que aumenta a pressão para fora da galáxia, recuperando o equilíbrio e assegurando que as estrelas se formem em um ritmo moderado.

Na AzTEC-1, a pressão é muito mais fraca do que a gravidade e, por isso, há dificuldade em atingir o equilíbrio e controlar a alta produção de estralas. Os cientistas estipularam que em aproximadamente 100 milhões de anos a galáxia consumirá todo o seu gás, tempo dez vezes mais rápido que as demais.

Eles acrescentaram que ainda não há certeza do que está desestabilizando o gás desse sistema gravitacional, mas acreditam que pode ser o resultado de uma colisão com outra galáxia, ou seja, uma fusão que está transportando o gás para uma pequena área e inflamando o processo de formação estelar. 

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"Atualmente, não temos evidências de fusão nessa galáxia starburst . Porém, continuaremos analisando os dados e usando o ALMA para descobrirmos a relação entre a fusão e as galáxias que produzem estrelas descontroladamente”, concluiu Tadaki.

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